Nos Estados Unidos, a nova agenda de Trump para 2025 se torna cada vez mais alarmante. Ele promete deportações em massa e um aumento drástico nas tarifas de importação, com um foco particular na China, mas também voltando seus olhos para o Brasil e a Índia. Isso levanta a questão: o que os brasileiros que residem nos EUA devem esperar em um possível bonde de deportação que pode deixá-los à margem? Além disso, as restrições tarifárias poderão impactar severamente as transações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos, colocando mais pressão sobre a já combalida economia brasileira.

No cenário doméstico, a economia brasileira termina o ano em um clima de incerteza. O governo e os investidores apresentam visões contrastantes sobre como tratar a situação econômica. Enquanto o mercado clama por uma austeridade intensa, a administração acredita que a presença do Estado, em termos de gastos e aumento de empregos, é crucial para revigorar a economia. Essa divergência reflete um dilema econômico semelhante ao que ocorreu na Grécia, onde as medidas de austeridade trouxeram mais dificuldades do que soluções.

Com a instabilidade e o aumento da desconfiança, o dólar atinge níveis elevados, refletindo sérios riscos para o custo de vida, incluindo combustíveis e alimentos básicos. A falta de um consenso entre os principais atores do setor revela um impacto direto na vida dos cidadãos, que sofrem com a incerteza econômica.

Uma nova batalha promete aquecer o debate político: a transparência nas emendas parlamentares. O Supremo Tribunal Federal (STF) pressiona por maior clareza sobre os R$ 4,2 bilhões destinados por deputados, enquanto um bloqueio desse valor foi determinado pelo ministro Flávio Dino. Isso pode resultar em um confronto direto com o STF, já que os parlamentares resistem a abrir mão de uma quantia tão significativa.

Ainda, lembrando que o Brasil é único em suas práticas, onde deputados têm a capacidade de administrar diretamente uma parte do orçamento — algo que não ocorre nas democracias ocidentais, onde são apenas responsáveis por aprovar ou rejeitar orçamentos. Estima-se que esses parlamentares tenham controle sobre cerca de R$ 60 bilhões.

Em 2025, um evento que marcará o calendário será o julgamento da tentativa de golpe ocorrida em janeiro de 2021, programado para setembro. Se transmitido ao vivo, o julgamento poderá atrair a atenção do público, rivalizando com a popularidade de novelas, com detalhes jurídicos sendo explorados em todos os ângulos.

Outra atração em 2025 será a COP30, que acontecerá em Belém, no Pará. Esse será o primeiro grande encontro internacional sobre meio ambiente na Amazônia, um momento crucial para o Brasil reafirmar sua liderança em questões ambientais. Contudo, o país enfrenta desafios formidáveis, com o aumento das queimadas e uma série de problemas ambientais ainda sem solução.

Além disso, a inteligência artificial está se transformando em um fator imprevisível, prometendo mudanças significativas para 2025. O debate sobre o controle da internet continuará fervendo no STF, enquanto o Congresso hesita em atuar. A pausa de fim de ano pode ser uma oportunidade para os ministros do STF refletirem e estudarem o tema. Algumas intervenções recentes, como as do ministro Dias Toffoli, levantaram preocupações sobre a direção que o controle da internet pode tomar.

O renomado poeta Carlos Drummond de Andrade disse que o último dia do ano não é o fim da vida. Contudo, com a minha experiência nas estradas brasileiras, sou levado a pensar que desastres como a queda de uma ponte entre Tocantins e Maranhão são apenas um reflexo do descaso que permeia muitos setores do nosso governo.

Embora eu deseje que 2025 traga paz e prosperidade, é inegável que desafios imensos nos aguardam. Será um ano repleto de lutas, mas também de esperanças que, mesmo em meio a incertezas, podem se transformar em oportunidades.