Ciência

Cuidado! Mortes por Calor Entre Jovens Aumentarão mais que Entre Idosos em Países Tropicais

2024-12-08

Autor: Maria

Uma nova pesquisa realizada por cientistas americanos revela um dado alarmante: em países tropicais, como o Brasil, as mortes provocadas pelo calor devem crescer significativamente entre os jovens, superando os índices entre os idosos. O estudo, publicado na renomada revista Science Advances, indica que enquanto as mortes pela exposição ao calor aumentarão entre aqueles com menos de 35 anos, as mortes relacionadas ao frio apresentam uma tendência de diminuição entre os idosos.

Os pesquisadores coletaram dados de registros de mortes no México de 1999 a 2019, e analisaram as variações em relação a dados de temperatura e umidade. A importante descoberta é que as pessoas abaixo dos 35 anos representam 75% das mortes relacionadas ao calor e impressionantes 87% dos anos de vida perdidos em comparação aos 96% de mortes por frio entre os idosos com 50 anos ou mais.

Com a previsão de um futuro quente, os cientistas estimam que as mortes entre os jovens por causas relacionadas ao calor poderão aumentar em até 32%, enquanto o índice entre os idosos por frio pode cair em até 33%. Este fenômeno é especialmente preocupante, pois indica que os jovens, que muitas vezes levam estilos de vida ativos, estarão cada vez mais vulneráveis aos extremos climáticos.

Um dos fatores críticos analisados pelos cientistas foi a umidade do ar. A capacidade do corpo humano de dissipar calor é severamente comprometida em ambientes úmidos. Portanto, em vez de evaporar, a transpiração se acumula, resultando em um aumento da temperatura corporal e elevando o risco de doenças relacionadas ao calor, como insolação e problemas cardiológicos.

Um fator preocupante é que, em temperaturas altas de bulbo úmido, superiores a 35°C, a maioria das pessoas se torna incapaz de suportar o ambiente, levando a um aumento no número de complicações médicas. A pesquisa de Andrew Wilson e seus colegas pode oferecer insights valiosos para a elaboração de políticas de saúde pública, especialmente em nações tropicais que enfrentam impactos severos das mudanças climáticas.

Além disso, Wilson destaca que o Brasil, assim como o México, possui semelhanças que podem fazer com que esses dados se reflitam também aqui. "Estamos conduzindo uma análise similar sobre o Brasil, uma vez que a qualidade dos registros de mortalidade e os riscos do clima são comparáveis", afirma Wilson.

É importante ressaltar que a exposição ao calor não afeta apenas a saúde física, mas também pode ter um impacto psicológico significativo. O aumento das temperaturas está ligado a um aumento em casos de estresse e doenças mentais. A combinação dos riscos à saúde física e mental exige uma atenção urgente e um planejamento eficiente para reduzir as consequências do calor extremo sobre a população mais jovem.

Com esse cenário alarmante à frente, a sociedade precisará se mobilizar em prol de ações preventivas e educativas para mitigar os riscos associados às ondas de calor que são cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas. Não se deixe levar pela onda de calor: conheça os riscos e proteja sua saúde!