Curdo sírio conquista Deir el-Zor com apoio dos EUA: O que isso significa para a Síria?
2024-12-06
Autor: João
Em um desenvolvimento significativo no leste da Síria, as Forças Democráticas Sírias (SDF), uma aliança de combatentes curdos apoiados pelos Estados Unidos, tomaram controle da cidade de Deir el-Zor. Esta é a terceira cidade a ser retirada do domínio do presidente Bashar al-Assad em apenas uma semana, destacando a rápida evolução da situação militar no país.
Mazlum Abdi, líder das SDF, anunciou sua disposição para dialogar com os rebeldes islamistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que têm avançado rapidamente na Síria. “Queremos uma desescalada que permita resolver nossos problemas através do diálogo”, disse Abdi, indicando um interesse em mitigar a violência, mesmo em meio à turbulência.
A situação em Deir el-Zor se intensificou depois que as forças sírias e seus aliados, apoiados pelo Irã, se retiraram repentinamente da cidade. Omar Abu Layla, um ativista local, confirmou que o governo sírio e os combatentes iraquianos também se deslocaram, sugerindo um colapso significativo das posições do regime na região.
Além disso, a ofensiva rebelde continua a ganhar força em Homs, onde confrontos estão ocorrendo com a intervenção do Hezbollah, que enviou um pequeno contingente de soldados para apoiar Assad. Os rebeldes têm aproveitado a dinâmica recente para tomar mais território, reacendendo conflitos que estavam adormecidos. Com tiros sendo ouvidos perto do palácio presidencial em Damasco, a tensão na capital aumenta.
A Jordânia, por sua vez, fechou fronteiras com a Síria como resposta ao aumento da violência, sinalizando a preocupação regional com a instabilidade. Enquanto isso, as tropas do Hezbollah tentam conter a ofensiva dos grupos rebeldes que ameaçam se aproximar de áreas estratégicas no país.
O impacto humanitário dessa nova escalada é alarmante. A ONU informou que cerca de 280 mil pessoas foram deslocadas desde o final de novembro devido ao avanço dos islamistas, e o número pode atingir até 1,5 milhão. Esta crise de deslocamento de populações é uma preocupação crescente, com muitos civis enfrentando condições cada vez mais difíceis.
Os rebeldes, liderados pelo grupo HTS, afirmaram que seu objetivo é derrubar o governo de Assad a qualquer custo, intensificando a retórica de combate ao regime. Enquanto isso, Assad promete usar força máxima para eliminar o que ele chama de terrorismo, mas as derrotas recentes levantam questões sobre a sustentabilidade de seu controle na Síria.
O futuro da Síria permanece incerto e tenso, com o conflito de 13 anos se intensificando e novos atores, incluindo potências regionais e internacionais, moldando o cenário. A luta pelo poder no país continua a influenciar a vida de milhões, enquanto a solidariedade internacional para com os deslocados é urgentemente necessária.