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Defesa de Flordelis Reage à Penalidade de Solitária: 'Celular Não Era Dela'

2024-12-09

Autor: Matheus

A defesa da pastora e ex-deputada federal Flordelis, que está presa desde 2021 pelo assassinato de seu ex-marido, Anderson do Carmo, emitiu uma declaração após a detenta ter sido colocada em uma cela solitária na última quinta-feira, 5 de dezembro.

Essa decisão foi tomada após agentes penitenciários encontrarem um celular na cela compartilhada por Flordelis e outras três mulheres na Penitenciária Talavera Bruce, situada em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro.

Os advogados de Flordelis afirmaram que ela não possuía o celular, e sim uma outra detenta assumiu ser a proprietária do aparelho. Eles ainda alegaram que o equipamento teria sido descoberto em uma cela diferente, não na de Flordelis. Além disso, a defesa criticou a administração da penitenciária, insinuando que a exposição dos “presos famosos” estaria sendo utilizada para favorecer a imagem da instituição ou obter vantagens internas.

No texto, os defensores sustentam: "O que gera mídia, curtidas e repercussão é o nome e a novela interminável de Flordelis, coincidentemente sempre perto de decisões judiciais que podem levar a um novo julgamento para ela".

A defesa também relatou que Flordelis foi convidada por outras prisioneiras para orações e, justo no momento em que entrou na cela, alguns agentes penitenciários estavam fazendo uma inspeção no local.

Em sua comunicação, a defesa destacou que, sem a realização de um processo que permitisse a contraditória, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) aplicou uma penalidade coletiva e genérica, prática que é estritamente proibida pela legislação brasileira. "A autoridade responsável por essa ação deve entender que poderá enfrentar um processo por abuso de autoridade", concluiu.

É importante ressaltar, segundo a defesa, que Flordelis já apresenta comprometimento mental, diagnosticado por médicos da Seap, que identificaram problemas como depressão e síndrome do pânico, recomendando, inclusive, que ela não fosse mantida em regime de isolamento.

"Flordelis foi enviada à 'solitária' e perdeu todos os seus benefícios: cantar no coral, participar da oficina de crochê, estudar e ler na biblioteca, além de participar de concursos e outras atividades de reintegração social. Qualquer dano à sua integridade física ou à sua vida será reivindicado por esta defesa junto ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, uma vez que constitucionalmente o Estado é responsável pela guarda e segurança dos detentos", ressaltou a defesa.

A equipe do Metrópoles entrou em contato com a Seap para questionar sobre quanto tempo Flordelis ficará na solitária, a quem pertencia o celular encontrado e como ele entrou na penitenciária. Além disso, solicitaram atualizações sobre a saúde da ex-deputada, que havia se sentido mal na prisão na última quinta-feira.

Em resposta, a Seap informou que Flordelis recebeu atendimento médico no dia 5 de dezembro na UPA do Complexo de Gericinó, foi medicada e está bem.