Mundo

Defesa do TPI pelo Chefe da Diplomacia da UE: 'Não é Antissemitismo'

2024-11-23

Autor: Lucas

Josep Borrell, alto representante da União Europeia para Política Externa, saiu em defesa do Tribunal Penal Internacional (TPI) frente às críticas que surgiram após o pedido de prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e do ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant. Segundo Borrell, a decisão do TPI não está relacionada a antissemitismo, mas a uma busca por justiça diante de supostos crimes de guerra e contra a humanidade, especialmente em meio ao contínuo conflito na Faixa de Gaza.

Recentemente, a Corte de Haia emitiu mandados de detenção não apenas contra Netanyahu e Gallant, mas também contra Mohammed Deif, líder militar do Hamas. Borrell expressou preocupação com a politização das reações à decisão do tribunal em uma conferência no Chipre, onde abordou a situação delicada do Oriente Médio. Ele ressaltou: "Estou alarmado pela extrema politização das reações a essa decisão. A verdade é que criticar ações de um governo não equivale a ser antissemita."

O intenso debate jurássico envolvendo as decisões do TPI se intensificou ainda mais após o premiê da Hungria, Viktor Orbán, declarar que Netanyahu seria bem-vindo em seu país, uma declaração que gerou descontentamento entre alguns líderes europeus.

Além disso, Borrell lembrou que os países da UE também apoiaram a determinação do TPI, que pede a prisão do presidente russo Vladimir Putin por crimes de guerra na Ucrânia. "As autoridades da UE não podem simplesmente escolher quais decisões do TPI apoiar ou rejeitar. O tribunal tem um importante papel na luta contra a impunidade em nível global", enfatizou.

Essa situação ressalta a complexidade das relações internacionais e o delicado equilíbrio entre o direito à crítica de governos e as preocupações com o antissemitismo, um tema cada vez mais debatido diante dos recentes conflitos no Oriente Médio. Notavelmente, vozes de apoio ao TPI têm reforçado a ideia de que todos os líderes têm a responsabilidade de agir de acordo com o direito internacional, sendo que a justiça deve prevalecer independentemente de nacionalidade ou posição política.