Dengue em Minas Gerais: um problema alarmante

A dengue voltou a ser uma preocupação alarmante em Minas Gerais, e o Ministério da Saúde está em alerta máximo. Durante uma visita a Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, realizada na sexta-feira (10 de janeiro), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou uma série de medidas agressivas para conter a disseminação do sorotipo 3 da doença, que ressurgiu após 17 anos. Este sorotipo encontra condições ideais para a proliferação, já que a população não está devidamente protegida.

Estatísticas recentes da dengue

Nos primeiros 10 dias de 2025, Minas Gerais registrou 56 casos do sorotipo 3 da dengue, uma média de quase 6 notificações diárias. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) mostram que essa quantidade já representa 16% de todos os casos do mesmo sorotipo do ano anterior, que somaram 343 ocorrências. "Estamos vivendo uma realidade distinta da do ano passado, quando houve uma epidemia, mas o aumento da circulação do sorotipo 3 é motivo de preocupação", afirmou Rivaldo Venâncio da Cunha, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Novas estratégias tecnológicas no combate à dengue

Em resposta a esse desafio, o governo federal aposta em três frentes tecnológicas no Plano de Contingência Nacional contra a dengue: a utilização de mosquitos modificados com a bactéria Wolbachia, que bloqueia a reprodução do vírus; a aplicação de inseticidas em escolas e transportes públicos; e as Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), que utilizam uma areia vulcânica para transformar as fêmeas do mosquito em um poderoso vetor de larvicidas.

Resultados positivos e mobilização da população

"As tecnologias que estamos implementando são baseadas no profundo conhecimento dos hábitos do Aedes aegypti. Já obtivemos resultados positivos no município de Niterói (RJ), onde a Wolbachia levou a uma significativa redução nos casos de dengue. As EDLs utilizam ciência de ponta, permitindo que a própria fêmea do mosquito dissemine os larvicidas. Também aumentaremos a aplicação de inseticidas em ambientes escolares e comunitários. É vital mobilizar a população nessa luta!", enfatizou Nísia.

Importância da assistência à saúde

Além disso, a ministra também destacou a necessidade de fortalecer a assistência à saúde, especialmente em relação à hidratação dos pacientes, uma medida essencial para reduzir a gravidade dos casos. Em 2024, a cada 7 horas e 47 minutos, uma morte relacionada à dengue foi registrada em Minas Gerais, e isso não pode se repetir.

Vacinação contra a dengue

O cenário de vacinação também é uma parte fundamental da estratégia. A adesão à vacina contra a dengue ainda é insatisfatória. "Estamos realizando a vacinação de crianças de 10 a 14 anos em Contagem e queremos aumentar a adesão da população, que atualmente gira em torno de 60%. É essencial completar o ciclo vacinal com a segunda dose", convocou a ministra.

A preocupação com a circulação do sorotipo 3

O professor Unaí Tupinambás, da Universidade Federal de Minas Gerais, adverte que a circulação do sorotipo 3 não ocorre em larga escala desde 2008 e a susceptibilidade da população a este vírus é alarmante. "A combinação de vacina e medidas de controle do mosquito pode evitar uma nova epidemia. Em 2024, a predominância foi do sorotipo 2, mas o retorno do 3 pode significar um grande problema para o país", disse.

Situação atual e chamadas à ação

Por fim, a SES-MG reportou 343 casos do sorotipo 3 da dengue em 2024, e neste ano já foram registrados 56. As cidades que apresentaram amostras positivas até o momento incluem Belo Horizonte, Iturama, São Francisco de Sales e União de Minas. A SES-MG ressaltou que a dinamicidade da circulação do vírus é cíclica e a reintrodução do sorotipo 3 está ligada à queda da imunidade populacional após períodos de predominância de outros tipos.

A luta contra a dengue se intensifica, e a prevenção é a chave! Não deixe que este sorotipo te surpreenda; fique atento às campanhas de vacinação e às orientações de saúde disponíveis.