Saúde

Denúncia Chocante: Médico em Marília Recusa Atendimento a Paciente Surdo com Intérprete de Libras

2024-12-09

Autor: João

A Policial Civil de Marília registrou uma denúncia alarmante feita por Jhonny Gomes Kucko, presidente da Associação dos Surdos da cidade, contra um médico da rede municipal de saúde. Segundo o relato, o médico teria se recusado a realizar uma chamada de vídeo com um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), prejudicando o atendimento de Jhonny, que é surdo e comunica-se através dessa língua.

A situação aconteceu na Unidade Básica de Saúde (UBS) Chico Mendes, na quinta-feira (5), data em que se celebra o Dia Nacional da Acessibilidade. Jhonny, de 34 anos e funcionário em uma indústria de alimentos, informou ao médico sobre sua condição de Pessoa com Deficiência (PCD) e solicitou a ajuda de um amigo, que estava pronto para fazer a interpretação via celular.

No entanto, o médico afastou a possibilidade de comunicação, alegando que a presença do intérprete seria imprescindível de forma física. Essa atitude deixou Jhonny em uma coerente dificuldade de se expressar, tendo que recorrer a mensagens de texto. "O médico chegou a prescrever dois medicamentos, mas não conseguiu me entender adequadamente. Me senti extremamente constrangido e desrespeitado em meu direito de me comunicar na minha língua, que é a Libras", desabafou.

A falta de preparo e compreensão sobre a importância da comunicação acessível pode levar a erros graves, como indicações médicas mal compreendidas, que colocam a vida de pacientes surdos em risco. Especialistas alertam que muitos profissionais da saúde ignoram a diversidade de comunicação dentro da comunidade surda, perpetuando um ciclo de exclusão e desinformação.

O que é mais preocupante é que, apesar das leis que garantem os direitos dos surdos, muitos médicos ainda não estão capacitados para atender a essa população de maneira adequada. A Comunidade Surda pede que se priorize o uso de intérpretes em atendimentos médicos, seja presencialmente ou por vídeo, respeitando assim o direito à comunicação integral e ao tratamento digno.

A Prefeitura de Marília foi contatada sobre a ocorrência, mas até o fechamento desta reportagem, não havia se manifestado sobre o ocorrido. A expectativa é que uma posição oficial seja divulgada em breve, buscando soluções para evitar que situações como esta se repitam no futuro.