Desastre à vista? Notas de comunidade podem piorar a desinformação, alerta especialista
2025-01-07
Autor: Pedro
Na última terça-feira (7), Mark Zuckerberg, CEO da Meta, fez um anúncio polêmico que promete agitar as redes sociais: o fim do programa de verificação de fatos. Agora, as chamadas notas de comunidade serão responsáveis por conter a desinformação nas plataformas Facebook e Instagram. Esse novo recurso permitirá que os próprios usuários adicionem pequenos textos ou correções a postagens que considerarem falsas ou enganosas.
Zuckerberg justificou a mudança afirmando que chegou a hora de voltar às origens, alegando que o sistema atual apresenta muitos erros e, segundo ele, 'censura demais'. O CEO também mencionou a existência de 'tribunais secretos' em países da América Latina, onde publicações são derrubadas sem qualquer transparência.
Surpreendentemente, Donald Trump, o presidente eleito dos Estados Unidos, elogiou a nova abordagem, sugerindo que essa mudança pode ser uma resposta aos seus ultimatos à Meta e ao próprio Zuckerberg.
No Brasil, a repercussão foi instantânea. João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secom, destacou que com a mudança, Facebook e Instagram se transformarão em plataformas que priorizam a liberdade de expressão individual em detrimento da proteção de outros direitos fundamentais. Isso levanta um alerta sobre o potencial aumento de desinformação e discursos de ódio.
Em uma entrevista ao programa Ponto Final, David Nemer, antropólogo de tecnologia e professor da Universidade da Virgínia, expressou preocupações sobre a efetividade desse novo modelo. 'Mark Zuckerberg parece estar buscando replicar a estratégia de Elon Musk com as notas de comunidade. No entanto, sabemos que essa abordagem já falhou em outras plataformas. Apenas contar com contribuições dos usuários não é suficiente para combater a desinformação, mas também a toxicidade e os ataques que proliferam nas redes', comentou Nemer.
Além disso, especialistas alertam que a introdução das notas de comunidade pode abrir portas para abusos, onde plataformas poderiam se tornar espaços para campanhas de difamação e ataques coordenados, sem a supervisão adequada. A sociedade deve se questionar: será que essa mudança realmente aborda a raiz do problema? Ou estamos diante de uma catástrofe iminente na era da informação?
Ouça a entrevista completa e prepare-se para o que vem a seguir!