Javier Milei, o polêmico presidente da Argentina, anunciou sua participação confirmada na cúpula do G20, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. Esta visita acontece em meio a um cenário tenso, especialmente após os últimos atritos com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a corrida presidencial argentina do ano passado, Milei não hesitou em qualificar Lula como "corrupto" e "comunista", e a reciprocidade não se fez esperar, culminando na ausência do líder brasileiro na posse do argentino.

Além disso, a falta de Milei na cúpula presidencial do Mercosul em julho levantou ainda mais questionamentos sobre suas relações diplomáticas. Representado pela chanceler Diana Mondino, sua ausência provocou críticas de Lula e do presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, que expressaram preocupação quanto à participação do líder argentino em discussões vitais para a região.

A situação parece ter evoluído, já que Milei agora se prepara para interagir com Xi Jinping, o presidente da China, durante o G20. Embora ainda não haja um encontro bilateral confirmado, Milei fez uma surpreendente mudança de postura em relação à China, saudando o país como "um sócio comercial muito interessante", em uma declaração que contrasta com suas promessas anteriores de evitar negociações com potências externas.

"Me surpreendi muito agradavelmente com a China. Eles não exigem nada, apenas que você não os incomode”, disse Milei em um programa de televisão.

Este encontro será crucial, pois o G20 enfrentará discussões sobre a mitigação dos impactos da mudança climática e a redução das desigualdades globais. No entanto, o presidente argentino frequentemente desqualifica as evidências científicas sobre as mudanças climáticas, rotulando-as como "mentiras socialistas" e mostrando resistência em apoiar taxas sobre grandes fortunas para financiar iniciativas ambientais.

Milei, que já teve presença no Brasil este ano, se destacou ao participar de um evento com o ex-presidente Jair Bolsonaro, outra figura polêmica no cenário político brasileiro. Com essa articulação e as reviravoltas nas relações internacionais, a expectativa é que sua participação no G20 não apenas reflita suas novas alianças, mas também revele desdobramentos inesperados no debates sobre temas globais fundamentais.