Descoberta de Moléculas em Marte: Indícios de Vida Passada?
2025-04-03
Autor: Julia
Uma nova descoberta feita por um robô da NASA está agitando a comunidade científica, levantando novas especulações sobre a possibilidade de vida em Marte. Embora essas moléculas encontradas não sejam provas concretas de vida no planeta vermelho, elas apresentam uma complexidade que supera outros compostos já identificados em Marte, indicando um avanço significativo no estudo da química pré-biótica, a qual precede a formação da vida.
Caroline Freissinet, uma cientista do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, revelou que "nosso estudo prova que, mesmo hoje, ao analisarmos amostras de Marte, poderíamos detectar assinaturas químicas de uma vida que um dia existiu, se é que essa vida alguma vez realmente esteve presente no planeta".
Essas moléculas foram acidentalmente identificadas em uma amostra coletada em 2013 na região conhecida como Yellowknife Bay, que há bilhões de anos estava submersa sob as águas de um lago. O exame foi realizado dentro do minilaboratório a bordo do rover Curiosity, que possui um sistema conhecido como SAM (Sample Analysis at Mars).
A pesquisa foca em uma amostra de rocha sedimentar, perfurada e batizada de "Cumberland", que pode confirmar a existência de lagos antigos em Marte. Daniel Glavin, cientista sênior do Goddard Space Flight Center da NASA, explicou: "Existem evidências de que água líquida permaneceu na Cratera Gale por milhões de anos, talvez até por períodos ainda mais prolongados. Isso sugere que houve tempo suficiente para que a química necessária para a vida se desenvolvesse nesses ambientes aquáticos".
Os investigadores inicialmente se concentraram na busca de aminoácidos, os blocos fundamentais das proteínas, mas acabaram redescobrindo cadeias maiores de carbono. Para validar suas descobertas, eles replicaram as condições em laboratório e concluíram que as moléculas detectadas são, provavelmente, fragmentos de ácidos graxos maiores, cuja origem biológica ainda é debatida.
É importante destacar que processos não biológicos normalmente resultam na produção de moléculas menores, com menos de 12 átomos de carbono. Contudo, as moléculas encontradas em Marte possuem 10, 11 e 12 átomos de carbono, levando os cientistas a crer que moléculas ainda maiores possam estar presentes. Infelizmente, os instrumentos atuais não conseguem detectá-las com precisão, mas a felicidade pela descoberta aguça a imaginação e a expectativa no campo da astrobiologia.
O que as futuras investigações poderão revelar sobre o passado de Marte? Os próximos rovers e missões da NASA podem trazer mais respostas ou, quem sabe, novos mistérios sobre nosso vizinho planetário.