
Descoberta Espetacular: Bosque Fossilizado de 260 Milhões de Anos no RS Desperta Interesse Internacional
2025-04-10
Autor: Fernanda
Uma Viagem ao Passado: O Bosque do Permiano
Fósseis de plantas com mais de 260 milhões de anos foram recentemente descritos por paleontólogos da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) em um estudo que já está fazendo barulho na revista científica 'Journal of South American Earth Sciences'.
Essa incrível descoberta traz à vida um bosque pré-histórico que existiu na região do Pampa gaúcho, mais especificamente em Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul. Com mais de 200 fósseis coletados, incluindo folhas, raízes, ramos e troncos, a equipe de pesquisadores realizou quatro expedições científicas para reunir essas preciosidades.
O Que Nos Revela o Período Permiano?
As plantas encontradas, entre samambaias, cavalinhas, licófitas e coníferas, pertencem ao período Permiano, um tempo marcado por uma importante crise climática que resultou em uma extinção em massa, causada por mudanças climáticas drásticas.
Segundo a paleontóloga Joseane Salau Ferraz, uma das autoras do artigo, esses fósseis têm um nível de preservação excepcional, permitindo a reconstrução detalhada das condições ambientais e ecológicas que imperavam há 260 milhões de anos.
"Naquela época, o Rio Grande do Sul enfrentava uma crise climática significativa, marcada por um processo de aridização e aquecimento global. Até agora, não havíamos encontrado evidências de grandes áreas vegetadas", afirmou Ferraz, ressaltando a relevância do achado.
Uma História que Começou em 1951
A coleção de fósseis foi inicialmente localizada em uma área conhecida como Cerro Chato em 1951, durante um mapeamento geológico no Pampa. No entanto, os estudos mais profundos começaram apenas em 2021.
Os fósseis estão agora armazenados no laboratório de Paleobiologia da UNIPAMPA, uma instituição pública que abriga todos os materiais resgatados do local.
Impacto e Relevância da Descoberta
Essa descoberta não apenas revela a biodiversidade vegetal que existiu no Rio Grande do Sul muito antes dos dinossauros, como também fornece dados valiosos sobre paleoambientes e paleoclimas que eram desconhecidos até então.
A paleontóloga Joseline Manfroi declara: "Esse estudo vai contribuir significativamente para a nossa compreensão das mudanças climáticas e crises ambientais do passado, que são relevantes para as questões atuais que enfrentamos no mundo".