Ciência

Descoberta surpreendente: Pegadas inéditas de dinossauros em Rosário do Sul

2025-03-26

Autor: João

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) acabaram de realizar uma descoberta extraordinária em Rosário do Sul, na Fronteira Oeste. Eles encontraram novas pegadas de quatro grupos de dinossauros, incluindo a mais bem preservada já registrada na Formação Guará.

Entre as impressões fossilizadas, destaca-se o segundo registro de Ankylosauria, um grupo de dinossauros herbívoros conhecidos por seus corpos robustos e membros poderosos. Essas pegadas, cientificamente chamadas de icnofósseis, são vestígios da vida que existiu há milhões de anos e que foram preservados em rochas e sedimentos.

Essas descobertas estão documentadas em um artigo intitulado 'Dinosaur tracks from the Guará Formation (Brazil) shed light on the biodiversity of a South American Late Jurassic humid desert', recentemente publicado na renomada revista Journal of South American Earth Sciences. O estudo faz parte da pesquisa de doutorado de Denner Deiques Cardoso no Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGGeo) da UFRGS, em colaboração com renomados professores do Instituto de Geociências, Paula Dentzien Dias Francischini e Heitor Roberto Dias Francischini, além do ex-aluno da UFRGS que agora leciona na Universidade Federal de Uberlândia, André Barcelos Silveira.

Nos últimos anos, a Formação Guará tem revelado uma riqueza inexplorada em fósseis, incluindo vestígios variados de vertebrados e invertebrados. As pegadas de dinossauros encontradas são atribuídas a terópodes, saurópodes, ornitópodes e anquilossauros. O estudo também aborda questões tafonômicas, investigando a preservação das pegadas, muitas das quais são identificadas como undertracks.

A importância desta pesquisa vai além da paleontologia. Segundo Paula, esses estudos são vitais para a compreensão da idade das rochas e dos períodos geológicos aos quais os fósseis pertencem. "As informações derivadas desses fósseis são cruciais para a exploração de recursos naturais, como o petróleo. Cada fóssil é uma peça do quebra-cabeça que precisamos montar para compreender melhor os recursos disponíveis no planeta", explica.

Além disso, os fósseis ajudam os cientistas a traçar a evolução da vida na Terra e a entender como os dinossauros se adaptaram às mudanças climáticas em seu tempo. Paula ressalta a relevância dessas informações para as previsões sobre as consequências da atual crise climática: "Estudar o passado nos dá indícios valiosos sobre o futuro do nosso planeta."

Os fósseis e as pegadas podem ser visitados de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, no Museu de Paleontologia da UFRGS, localizado no Campus do Vale. Não perca a oportunidade de ver de perto estes vestígios surpreendentes da era dos dinossauros!