Novas pesquisas surpreendentes revelaram que Urano, o planeta mais frio do nosso Sistema Solar, na verdade emite mais calor do que se pensava anteriormente. Dois estudos enviados ao periódico da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano, chegaram à mesma conclusão: Urano libera um "fluxo significativo" de calor próprio, além de apenas refletir o calor do sol, o que muda a nossa compreensão sobre esse gigante gasoso.

Essa descoberta nova ajuda a resolver um debate que perdura há décadas sobre a presença de calor interno em Urano. As sondas Voyager 1 e 2, lançadas em 1977, mostraram que Urano parecia diferente de outros planetas, que apresentavam fontes claras de calor. Com temperaturas chegando a -224ºC e ventos de até 900 km/h, Urano parecia estar congelado, sem calor adicional além do que recebia do sol.

Contudo, as tecnologias de telescópios evoluíram bastante desde a época da missão Voyager. Isso permitiu que os cientistas realizassem observações mais detalhadas e identificassem que a Voyager 2 pode ter feito suas medições em um momento atípico, enquanto Urano estava próximo ao solstício, em vez de seu posicionamento mais comum durante o equinócio.

Um dos estudos, liderado pela Universidade de Houston, analisou dados de medições realizadas ao longo das últimas décadas. As conclusões afirmam que ou as medições da Voyager 2 estavam irregulares ou o planeta foi estudado em um momento peculiar — o que dificultou o entendimento correto sobre seu calor interno.

O que é ainda mais impressionante é que um dos estudos revela que Urano poderia estar irradiando 12,5% a 15% mais energia do que recebe do sol, o que representa um acordo significativo entre as duas pesquisas. "Urano não é tão estranho quanto pensávamos", comentou o coautor Patrick Irwin, cientista planetário da Universidade de Oxford. Apesar disso, Urano continua a ser considerado um "caso atípico" no Sistema Solar, já que seus irmãos gasosos como Júpiter, Saturno e Netuno emitem mais do que o dobro do calor que recebem.

Uma explicação para essa singularidade de Urano poderia estar relacionada ao seu eixo de rotação, que é inclinado em 98 graus, fazendo-o girar de lado, enquanto os outros gigantes gasosos têm inclinações muito menores. Cientistas acreditam que um grande objeto pode ter colidido com Urano em sua juventude, resultando na perda de calor interno e material quente, o que torna o planeta ainda mais intrigante.

Mantenha-se atualizado sobre as últimas descobertas do universo, e prepare-se para mais revelações sobre o fascinante mundo dos planetas do nosso Sistema Solar!