O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é um marco importante na luta contra o racismo no Brasil, uma data que homenageia a morte de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do país, assassinado em 1695. A proposta dessa celebração surgiu de um grupo de estudantes negros no Rio Grande do Sul nos anos 1970, que buscavam uma alternativa ao dia 13 de maio, data da Abolição da Escravatura, que não trouxe de fato igualdade ou oportunidades aos libertos.

Após 13 anos de luta e mobilização, o Dia da Consciência Negra foi oficialmente reconhecido como feriado nacional em 21 de dezembro de 2023, sancionado pelo presidente Lula, após aprovação unânime no Congresso. Entretanto, até então, apenas seis estados e cerca de 1,2 mil cidades no Brasil celebravam a data oficialmente. O movimento negro, através de muito trabalho e persistência, conquistou essa inclusão na agenda nacional.

A originária luta por esse dia remonta ao Grupo Palmares, formado em 1971 por jovens que, durante a ditadura militar, enfrentavam a opressão e censura, buscando discutir temas como igualdade e direitos dos negros. O grupo se reunia em lugares como a Esquina Democrática, em Porto Alegre, dentro de um contexto de resistência. Um dos fundadores, Antônia Carlos Côrtes, relata que a ideia de celebrar a morte de Zumbi foi a resposta de jovens que enfrentavam diariamente a discriminação racial e a violência policial. "Foi um momento de despertar e de reivindicar nossa herança cultural", afirma Côrtes.

Durante essas reuniões, Côrtes e seus colegas buscaram conhecer melhor a história da resistência negra no Brasil, e assim, a descoberta da data de morte de Zumbi se tornou um elo potente para ativar a discussão racial no país. Côrtes recorda que, embora a luta tenha avançado, as desigualdades sociais entre brancos e negros ainda persistem. Os dados mostram que os negros são os primeiros a serem demitidos em crises e os últimos a serem contratados.

Atualmente, a data não é apenas um feriado; é um convite à reflexão sobre a história e a cultura afro-brasileira, além de um chamado ao reconhecimento dos direitos sociais e econômicos da população negra. Côrtes enfatiza que "não queremos um dia apenas para descansar ou passear; queremos um dia dedicado à formação, à educação e à valorização das contribuições da população negra para a construção do Brasil".

Portanto, ao celebrarmos o Dia da Consciência Negra, é essencial que todos participem dessa reflexão, inclusive aqueles que ainda carregam preconceitos. "Queremos que todos, independente da cor, possam entender o significado dessa data e a importância de combater o racismo, que é um mal que afeta toda a sociedade", conclui Côrtes.

Agora, a pergunta que fica é: como você irá participar dessa reflexão e transformação social no Dia da Consciência Negra? Vamos juntos fazer desse feriado uma verdadeira celebração da diversidade e do respeito!