Ciência

Descubra a ‘Síndrome do Tarzan’: O Comportamento que Pode Estragar seus Relacionamentos!

2024-10-09

Autor: Mariana

Recentemente, a expressão “Síndrome do Tarzan” ganhou destaque nas redes sociais, especialmente em perfis que discutem relacionamentos, atraindo a curiosidade de muitos que se perguntam sobre a conexão entre o famoso personagem criado por Edgar Rice Burroughs e as dinâmicas amorosas atuais.

O termo faz alusão à maneira como Tarzan, enquanto se locomove pela selva, salta de árvore em árvore, segurando-se em cipós e nunca deixando um deles antes de ter outro em mãos. Isso se traduz nos relacionamentos contemporâneos como um comportamento de iniciar novos romances antes de superar completamente os anteriores. "É como se a pessoa 'pulasse' de um relacionamento para outro sem ter o tempo necessário para processar o término", observa Leni Oliveira, psicóloga clínica e terapeuta sexual.

Tatiana Freitas Wandekoken, também psicóloga, destaca que, embora essa síndrome soe como um padrão sintomatológico, na verdade, é um fenômeno social e não está formalmente registrada em manuais de transtornos psicológicos, como o DSM V-TR ou a CID 11. "Nomear comportamentos como síndromes pode influenciar a percepção popular, criando a impressão errônea de que se trata de algo patológico que precisa de diagnóstico e tratamento, como a Síndrome do Pânico, que é reconhecida pela psicologia e psiquiatria", explica.

Esse padrão de comportamento é bastante comum em nossa sociedade e a nova “roupagem” do termo serve para aumentar a conscientização sobre suas consequências.

Fatores que Alimentam a Síndrome

A psicóloga Leni Oliveira menciona que certos grupos podem ser mais propensos a desenvolver esse padrão relacional, especialmente aqueles com alta idealização nas relações e dependência emocional. Entre os fatores que influenciam essa síndrome, ela cita a necessidade excessiva de aprovação, baixa autoestima e o medo intenso da solidão. Vale ressaltar que manter amizade com um ex não está necessariamente relacionado a esse comportamento disfuncional. "Amizades devem existir de forma natural, sem dependência emocional. Quando isso ocorre, pode gerar ansiedade e dificultar a formação de novos laços saudáveis", completa.

Além disso, Tatiana Wandekoken concorda que várias motivações podem impulsionar esse comportamento. "Uma regra de ouro na psicologia é que fenômenos complexos não são causados por um único fator. Nossos comportamentos têm raízes genéticas, experiências de vida e influências sociais, que variam conforme contexto e época", pontua.

Sobre a prevalência dessa síndrome, Tatiana sugere que experiências de relacionamentos anteriores — especialmente aqueles marcados por violência, que a pessoa pode ter presenciado na infância e adolescência — constituem fatores de risco relevantes para a formação de vínculos disfuncionais. No entanto, isso não implica em um destino irreversível: "Não significa que todos que passaram por essas experiências agirão da mesma forma", alerta.

Como Lidar com a Síndrome

Quando se trata de lidar com a “Síndrome do Tarzan”, Tatiana sugere que, embora cada um reaja de maneira diferente, algumas possíveis consequências incluem dificuldade em estabelecer vínculos seguros, impacto negativo na autoestima e impulsividade excessiva. Esses comportamentos podem ser sinais de baixo autoconhecimento e da dificuldade de lidar com emoções negativas.

Para trabalhar esse padrão relacional, o primeiro passo é reconhecê-lo. "Compreender nossos comportamentos é essencial para qualquer processo de transformação. Isso requer honestidade e compaixão. Pode ser uma tarefa desafiadora", afirma Tatiana.

Ela também enfatiza a importância de compreender as razões para a mudança comportamental. "A transformação leva tempo e requer motivação. Sem entender o porquê da mudança, será uma frustração contínua", adverte.

Por outro lado, se você perceber sinais da síndrome em outras pessoas, a melhor abordagem é o diálogo. "Conversar sobre experiências de vida, expectativas e receios deve estar no cerne de um relacionamento saudável. Relacionamentos construtivos são moldados por essas conversas difíceis, livres de brigas e manipulações", conclui Tatiana.

Espalhe essa informação, pois conhecer mais sobre a Síndrome do Tarzan pode ser o primeiro passo para construir relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios!