Saúde

Descubra como a comida afetiva pode transformar o envelhecimento em uma jornada saudável

2025-04-08

Autor: Fernanda

Quando falamos de comida afetiva, não tem como não lembrar das preparações das nossas avós, como aquele bolo de cenoura com cobertura de chocolate ou a clássica canja de galinha. Novos estudos têm mostrado que esses pratos não são apenas delícias, mas uma estratégia poderosa para promover o bem-estar e a saúde dos idosos.

Pesquisadores descobriram que a chamada “comfort food” pode ser uma aliada importante para combater a desnutrição, um problema que afeta muitos na terceira idade. Isso acontece porque, ao longo dos anos, a perda de apetite pode se tornar comum devido a várias razões, incluindo dificuldades na mastigação ou problemas de digestão.

"Os alimentos que despertam boas memórias podem ajudar a prevenir a desnutrição entre os mais velhos", afirma Joãao Motarelli, nutricionista do Instituto Consciência Alimentar. O que esses pratos representam vai muito além do alimento em si, tratando-se de um alicerce emocional que traz segurança e prazer.

O conceito de comida afetiva está profundamente ligado a memórias e tradições. A nutricionista Renata Farrielo, especialista em nutrição comportamental, explica que esses alimentos evocam aquele “quentinho no coração” e são frequentemente associados a experiências familiares inesquecíveis. Renata cita o autor Michael Pollan, que reforça a importância da culinária como uma forma de fortalecer os laços afetivos entre as pessoas.

Desire Coelho, nutricionista e colunista, destaca que a comida afetiva conecta-se a lembranças que provocam sensações positivas, como pratos que remetem a viagens ou a receitas feitas por pessoas queridas. A construção desse vínculo emocional é essencial para cada um de nós, pois nos ajuda a criar uma narrativa rica e cheia de amor.

Adicionando mais conhecimento, Lara Natacci, especialista em nutrição e saúde mental, revela que a comida afetiva não apenas nutre, mas também promove acolhimento emocional. Ela lista quatro categorias que podem ajudar na compreensão desse fenômeno, sendo que muitos pratos se encaixam em mais de uma. Por exemplo, a canja de galinha não só oferece conforto físico, sendo servida quente, mas também carrega uma carga nostalgia ao estar integrada a memórias felizes da infância, especialmente em momentos de adoecimento.

Além disso, novas pesquisas apontam que a food therapy pode influenciar nosso sistema endocanabinoide, uma rede química interna que regula a ansiedade e contribui para a melhora do humor. Isso confirma o que muitos já sabem: a comida pode realmente ter um forte impacto sobre nosso estado emocional.

Os aromas também desempenham um papel fundamental nesse processo. Helô, uma chef renomada, descreve como o cheiro do bolo saindo do forno invade a casa e evoca memórias calorosas. Para ela, bolos simples são a essência da comida afetiva, trazendo momentos de alegria e amor. As recordações de cozinhar com sua avó Betty são muito queridas, revelando como esses momentos moldam a conexão emocional com a comida.

Em um mundo onde a rápida alimentação se tornou a norma, o ressurgimento das lojas de bolos caseiros reflete o desejo de muitos em reviver momentos deliciosos do passado. "As pessoas estão em busca de comida que as faça sentir bem, que traga nostalgia e felicidade", afirma Helô.

Por fim, não se esqueça: ao saborear sua comida afetiva favorita, leve consigo um convite à experiência completa. Exercite todos os sentidos: olhe, sinta o cheiro, toque, ouça os sons da preparação e coma devagar. Cada momento é uma oportunidade de celebrar a vida e colher todos os benefícios que esses pratos preciosos podem oferecer!