Ciência

Descubra Como Exercícios Físicos Podem Proteger Seu Cérebro da Demência!

2025-04-22

Autor: Mariana

A Demência e o Exercício: Um Combate Necessário

Com o aumento alarmante de casos de demência em todo o mundo, a ciência destaca um poderoso aliado na proteção da saúde cerebral: o exercício físico. Pesquisas recentes revelam que manter-se ativo, incluindo atividades de força, não se limita a exercícios aeróbicos e pode ser uma das melhores estratégias para evitar o declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Benefícios que Vão Além da Força Muscular

Um dos principais benefícios do exercício é sua capacidade de melhorar a circulação sanguínea. O cérebro, um órgão extremamente sensível, depende dessa irrigação para funcionar adequadamente. Com o tempo, obstruções nos vasos sanguíneos, como placas de gordura, podem comprometer o fluxo sanguíneo, levando à morte dos neurônios e, eventualmente, ao deterioramento cognitivo.

"A atividade física promove a vasodilatação, permitindo uma melhor circulação sanguínea e mais oxigênio para o cérebro", explica a médica Claudia. Além disso, o exercício também estimula a liberação de substâncias como a adrenalina, que tornam as artérias mais responsivas, melhorando ainda mais a circulação. A variação da frequência cardíaca durante a atividade, de repouso para um ritmo acelerado, potencializa esse efeito.

Neurotrofinas: Um Impulso para os Neurônios

Outro benefício crucial do exercício é sua capacidade de estimular a produção de neurotrofinas, substâncias essenciais para o crescimento e sobrevivência dos neurônios. O BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) está diretamente ligado à neuroplasticidade, a notável habilidade do cérebro de formar novas conexões.

"Perdemos e criamos neurônios diariamente. Enquanto somos jovens, nossa capacidade de adaptação é alta, mas diminui com a idade. O exercício físico ajuda a manter essa plasticidade ativa por mais tempo", ressalta Claudia.

A Reserva Cognitiva: Camuflando os Efeitos do Tempo

Esse processo contribui para o que chamamos de reserva cognitiva, uma 'poupança cerebral' que acumulamos ao longo da vida. Quanto maior nossa reserva, melhor conseguimos lidar com os danos causados por doenças como o Alzheimer.

"O exercício forma e reforça redes de comunicação entre os neurônios, permitindo que o cérebro funcione por mais tempo, mesmo diante de lesões", completa Claudia.

O Que a Ciência Diz sobre Exercício e Saúde Cerebral?

Os efeitos benéficos do exercício sobre o cérebro estão documentados em estudos, especialmente em relação a exercícios aeróbicos. Contudo, treinamentos de força têm mostrado benefícios igualmente importantes.

Um estudo recente na revista The Lancet encontrou uma relação entre altos níveis de aptidão cardiorrespiratória e uma redução de até 40% no risco de desenvolver demência, além de muita menos mortalidade.

Outra revisão, publicada no British Journal of Sports Medicine, analisou 133 estudos e mais de 258 mil pessoas, reforçando que o exercício regular melhora a memória, o raciocínio e a concentração em todas as idades. Até atividades leves, como caminhadas, yoga e Tai Chi, oferecem ganhos cognitivos significativos.

Movimente-se! A Importância de Combater o Sedentarismo

O essencial é sair do sedentarismo. "Não adianta ir à academia por uma hora e passar o resto do dia sentado", enfatiza um especialista. A falta de movimento tem consequências negativas para a cognição, podendo causar fadiga e afetar o estado mental.

A Organização Mundial da Saúde recomenda pelo menos 150 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana, e a literatura aponta para a importância de quebrar longos períodos de inatividade. "Após 30 minutos sentado, é crucial fazer uma pausa de 5 minutos para se movimentar", alerta Okano.

Inovações no Combate ao Sedentarismo

Visando as dificuldades em fazer pausas no trabalho, Okano iniciará um estudo na UFABC para avaliar a eficácia da estimulação elétrica muscular como forma de interromper longos períodos sentado.

"A ideia é que não haja necessidade de parar o trabalho constantemente, pois os músculos estarão 'atuando' sozinhos", explica o professor. Pesquisas anteriores mostram que a estimulação elétrica nas pernas aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, beneficiando a função cognitiva.

Seu Cérebro Agradece: Comece Hoje Mesmo!

Como Claudia explica, iniciar uma atividade física é benéfico em qualquer idade, mas praticá-la regularmente desde jovem potencia a redução do risco de declínio cognitivo a longo prazo. "Criar reserva cognitiva é vantajoso em qualquer fase da vida", conclui.