Descubra como os antepassados dos cães se tornaram nossos fiéis companheiros muito antes do que imaginávamos!
2024-12-05
Autor: Gabriel
A amizade entre humanos e cães é muito mais antiga do que se pensava, conforme uma nova pesquisa da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Os cientistas descobriram evidências de que estas duas espécies já conviviam lado a lado há impressionantes 12 mil anos.
Um estudo publicado na renomada revista científica Science Advances revelou que os povos nativos e os ancestrais dos cães formavam uma relação de proximidade 2 mil anos antes do que se tinha registrado anteriormente. Segundo o autor principal da pesquisa, François Lanoë, professor assistente de pesquisa na Escola de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Comportamentais da Universidade do Arizona, isso é incrível: "Agora temos evidências de que canídeos e humanos tinham um relacionamento próximo muito antes do que sabíamos nas Américas".
As descobertas foram feitas a partir de vestígios encontrados em um sítio arqueológico no Alasca, chamado Swan Point. Em 2018, a equipe localizou um tíbia (osso inferior da perna) de um canino adulto, cuja datação por radiocarbono revelou que o animal viveu cerca de 10.000 a.C., próximo ao final da Era Glacial. Recentemente, em junho de 2023, uma mandíbula canina com cerca de 8.100 anos foi descoberta em um local vizinho conhecido como Hollembaek Hill.
A análise dos ossos revelou a presença de proteínas de salmão, o que sugere que esses caninos consumiam o peixe como parte de sua dieta regular. Essa revelação é surpreendente, pois o cardápio típico dos caninos da região na época era quase exclusivamente composto de animais terrestres, indicando uma interação e dependência dos humanos em relação a esses animais.
"Essa é a prova definitiva, já que eles não estariam realmente atrás de salmão na natureza", afirma Ben Potter, coautor do estudo e arqueólogo da Universidade do Alasca Fairbanks.
Entretanto, a equipe de pesquisadores não encontrou indícios que provassem que o canino em questão era um cão domesticado. Devido ao fato de serem fóssil tão antigos, é complicado traçar uma relação genética clara entre eles e os cães que conhecemos atualmente. Lanoë explica: "Em termos de comportamento, eles parecem ser como cães, pois consomem salmão fornecido por humanos. Mas, geneticamente, eles não estão relacionados a nada que conhecemos".
O pesquisador acredita que esses caninos possam, na verdade, ter sido lobos que foram domesticados pelos povos nativos, ao invés de cães como os conhecemos. Isso levanta reflexões interessantes sobre as origens da relação entre humanos e cães.
"Gosto muito da ideia de que, independentemente da antiguidade do registro, essa experiência cultural de ter uma relação de amor e companhia com um animal sempre existiu. É incrível pensar que, há milênios, já tínhamos nossos companheiros ao nosso lado", conclui Evelynn Combs, arqueóloga envolvida no projeto. Essa descoberta não só enriquece nosso entendimento sobre a história da domesticação de animais, mas também ressalta a importância dessa relação que perdura até os dias de hoje.