Descubra o Jardim Botânico de Curitiba: O Tesouro da Era do Gelo que Preserva Vegetação Rara!
2025-01-14
Autor: Ana
Os visitantes do icônico Jardim Botânico de Curitiba muitas vezes não percebem que, além das deslumbrantes flores nas estufas, eles têm a oportunidade única de conhecer uma vegetação que data de mais de 2,5 milhões de anos, do período geológico Pleistoceno, também conhecido como Era do Gelo. Este tipo de vegetação é extremamente raro na cidade, mas está aberta para todos no famoso cartão-postal da capital paranaense.
Essa vegetação milenar faz parte da coleção Campos Curitibanos, que se localiza atrás da grande estufa. Recentemente, este espaço recebeu reconhecimento da Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB), conquistando o primeiro lugar no II Prêmio Helena Quadros na categoria Ações Conservacionistas.
O prêmio foi concedido ao engenheiro florestal Sacha Lubow e à bióloga Maristela Zamoner. Lubow lidera a iniciativa, focando no levantamento e manejo das espécies vegetais, enquanto Maristela demonstrou a importância dessa conservação para a fauna local, realizando estudos com borboletas que atuam como bioindicadores.
"Onde existem borboletas, há uma rica diversidade de vida. Este é um trabalho inédito no Brasil, que combina zoologia e biologia, mostrando como Curitiba preserva sua fauna", destacou Maristela. Segundo Sacha, a coleção possui uma importância científica significativa, pois os Campos Curitibanos representam um ecossistema primordial de Curitiba, existindo antes mesmo das florestas de araucárias.
O objetivo deste projeto é conservar algumas espécies nativas que estão ameaçadas de extinção, despertando o interesse do público pela vegetação típica de Curitiba e servindo como espaço para pesquisa científica.
O que esperar do 'jardim milenar'?
A coleção científica e viva Campos Curitibanos é acessível ao público e abriga uma trilha que serpenteia através da vegetação de ecossistema campestre, com plantas variando de 1,5 a 2,5 metros de altura. Ao percorrer esse espaço, os visitantes podem sentir os aromas das plantas, algumas delas utilizadas em chás medicinais, como marcela e carqueja. O local também abriga espécies silvestres como guabiroba do campo e butiás.
Entre os ecossistemas naturais originais de Curitiba estão os campos, que cobriam cerca de metade da cidade. Um exemplo recente de conservação envolve a transposição de um remanescente de campo natural que poderia ter sido destruído por um empreendimento imobiliário, garantindo sua preservação no Jardim Botânico.
Os Campos Curitibanos ocupam uma área de aproximadamente mil metros quadrados, onde pesquisadores do Museu Botânico Municipal identificaram 211 espécies vegetais, incluindo duas que nunca haviam sido descritas na ciência, e uma espécie ameaçada de extinção.
Além disso, o estudo ecológico liderado por Maristela resultou na catalogação de 358 espécies de borboletas no local, com 42 delas se reproduzindo em 32 plantas diferentes. Este projeto envolveu a colaboração de 28 pessoas e registrou mais de 600 espécies de flora e fauna.
Se você ainda não visitou o Jardim Botânico, esta é uma oportunidade imperdível para se conectar com a natureza e conhecer mais sobre a rica biodiversidade de Curitiba! Aproveite para fazer uma visita e descobrir todos os segredos que esse lugar fascinante tem a oferecer!