Saúde

Descubra Por Que Quase 50% das Crianças com Escape Diurno de Xixi são Punidas em Casa!

2024-12-01

Autor: Matheus

Um estudo revolucionário realizado no Cedimi (Centro de Distúrbios Urinários da Criança) da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública revelou que aproximadamente 48,9% das crianças que sofrem com escapes de xixi durante o dia enfrentam punições por parte dos pais. As conclusões foram apresentadas no prestigiado Pediatric Urology Fall Congress, o maior congresso de pediatria urológica do mundo, que ocorreu recentemente nos Estados Unidos.

Essa pesquisa surge após um estudo anterior de Minas Gerais mostrar altos índices de punição entre crianças com enurese noturna, ou seja, que fazem xixi na cama. Os pesquisadores, liderados pelo urologista Ubirajara Barroso, aprofundaram a investigação para entender a realidade das crianças com incontinência urinária diurna.

Para coletar dados, a psicóloga Ana Aparecida Braga aplicou extensos questionários a 188 crianças atendidas no CEDIMI, que apresentavam mudanças no trato urinário inferior. Mesmo entre esses pequenos, 143 (76%) também relataram problemas relacionados à enurese noturna.

As perguntas incluíam se enfrentavam punições devido à incontinência urinária. Os resultados foram alarmantes: 20% das crianças afirmaram que apanham, 18% disseram ser colocadas de castigo, e 78% relataram punições verbais, como gritos e bullying. Essa soma ultrapassa 100% porque muitas crianças relataram mais de um tipo de punição.

"É chocante saber que muitos pais acreditam que as crianças que enfrentam esses problemas estão apenas sendo preguiçosas ou desatentas. A realidade é que essas crianças têm uma condição a qual precisam de apoio e compreensão, não de punição", explica Barroso, também presidente da ICCS (International Children's Continence Society).

A psicóloga Lucianne Areal, do Hospital Israelita Albert Einstein, reforça a ideia de que a punição não é eficaz para promover mudanças positivas no comportamento da criança e pode prejudicar seu bem-estar emocional. "Esses dados são cruciais para ajudar os pais a lidarem melhor com situações complexas e buscarem ajuda profissional quando necessário", afirma.

Uma Condição Comum e Preocupante

Segundo Ubirajara Barroso, a Disfunção do Trato Urinário Inferior (DTUI) é extremamente comum entre crianças, afetando também sua saúde emocional e psicossocial. Estimativas indicam que cerca de 7% das meninas e 3% dos meninos de 7 anos sofrem desse problema, frequentemente associado à enurese noturna.

Enquanto o xixi na cama tende a impactar mais as famílias, as crianças que têm escapes durante o dia enfrentam um tipo de estresse diferente, especialmente quando isso ocorre no ambiente escolar. "Essas crianças vivenciam o medo de serem descobertas e de serem ridicularizadas pelos colegas", observa Barroso.

O estudo sugere que as punições aumentam a ansiedade e o estresse, podendo prejudicar, a longo prazo, a autoestima das crianças e suas habilidades de socialização. "Os conflitos familiares gerados pela punição só tendem a agravar a situação", adverte Areal.

Como Tratar a Incontinência Urinária em Crianças?

Após o desfralde, se os problemas persistirem, a orientação é que os pais busquem orientação especializada. A equipe de pesquisa enfatiza a necessidade de uma abordagem multidisciplinar que envolva apoio psicológico para melhorar a qualidade de vida das crianças.

Medidas comportamentais que podem ser adotadas incluem: manter uma boa hidratação, evitar longos períodos sem urinar, urinar de maneira relaxada, esvaziar a bexiga antes de dormir e evitar líquidos perto da hora de dormir. Se essas estratégias não funcionarem, fisioterapia pélvica e eletroestimulação podem ser opções a serem consideradas.

O que pode ser feito

Se você é pai ou responsável por uma criança que enfrenta esses desafios, procure um especialista e garanta apoio emocional e terapêutico adequado. Não deixe a penalização ser a resposta; compreensão e suporte são fundamentais!