Em uma reviravolta dramática, dois primos, Angelly Filho, estudante de medicina, e Roger, empresário, escaparam por pouco de um colapso iminente de uma ponte entre Tocantins e Maranhão. Ao se dirigirem para uma barbearia em Estreito no último domingo, eles decidiram parar no acostamento após verificarem a presença de veículos pesados na estrutura da ponte.

"Meu primo viu uma notícia sobre as deformidades e rachaduras na ponte, mas nunca imaginamos que estava tão crítico a ponto de desabar", relatou Angelly.

Roger, habitual usuário da ponte, ficou inquieto com o fluxo de caminhões. "Foi aí que decidi esperar no acostamento. Enquanto estávamos parados, ouvimos um estrondo colossal e vimos a ponte desmoronar, com fumaça subindo", compartilhou Roger.

Os primos desceram até a praia e viram o desespero à frente. Eles presenciaram três caminhões caindo no rio. "Foi um momento aterrorizante. Vi a ponte se quebrando, e meu primo gritando 'Meu Deus!'. Agradeço a Deus por nos ter livrado", acrescentou Angelly, ainda abalado.

Entre os veículos que caíram estavam caminhões carregados com produtos químicos perigosos. O vereador local, Elias Júnior, que estava presente no momento, gravou toda a cena, e sua reação ao colapso é um testemunho da gravidade da situação.

As buscas por vítimas estão em andamento. Entre os encontrados, estavam Anísio Padilha Soares, de 43 anos, e Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos. A equipe de resgate também encontrou Lorranny Sidrone de Jesus, de apenas 11 anos, e outros mortos. Mais de 76 toneladas de ácido sulfúrico estavam entre a carga dos caminhões, criando preocupações com a contaminação do rio Tocantins.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou a reconstrução imediata da ponte, prometendo um investimento entre R$ 100 e R$ 150 milhões. Enquanto isso, alternativas de travessia estão sendo organizadas. O governador Wanderlei Barbosa busca apoio financeiro do governo federal para minimizar os transtornos causados, destacando a urgência na reabilitação da travessia entre Aguiarnópolis e Estreito.

Desde a ocorrência do desabamento, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) está gerenciando o tráfego e oferecendo rotas alternativas, visando garantir a segurança de motoristas e passageiros. A cena chocante do colapso da ponte serve como um lembrete da importância da infraestrutura e da necessidade de inspeções regulares para prevenir tragédias como essa. A situação se torna ainda mais alarmante com as possíveis consequências ambientais do acidente.