Ciência

Desvendando a Técnica Secreta das Orcas: Como Elas Caçam os Gigantes dos Oceanos!

2024-12-02

Autor: Gabriel

Uma pesquisa inovadora publicada na prestigiada revista Frontiers in Marine Science revelou uma impressionante técnica de caça utilizada por um grupo de orcas próximas ao Golfo da Califórnia. Essas orcas desenvolveram um conjunto de estratégias colaborativas destinadas a capturar o majestoso tubarão-baleia, o maior peixe do planeta. Após semanas de observação, a equipe de cientistas notou que suas táticas de caça impressionantemente se assemelham a aquelas utilizadas por um grupo de orcas que caça tubarões brancos na África do Sul.

O biólogo marinho Erick Higuera Rivas, da Conexiones Terramar, comentou ao Science Alert sobre essa descoberta fascinante: "É surpreendente observar a interação entre duas espécies tão carismáticas dos oceanos e como esse grupo se adaptou, desenvolvendo diferentes estratégias para caçar presas variadas. No caso das capturas de tubarões-baleia, eles utilizam um trabalho em equipe espetacular e técnicas específicas para imobilizar essas criaturas e acessar seus órgãos internos, especialmente o fígado".

Embora todas as orcas sejam classificadas como a mesma espécie, existem divisões notáveis de comportamento globalmente, que resultam em diferenças físicas em cada grupo. Suas estratégias de caça e dietas divergem bastante, com alguns grupos recebendo como prato principal o salmão, enquanto outros se aventuram em capturas mais ousadas, como focas e baleias. Especialistas sugerem que essas diferenças nas técnicas de caça podem ser um indicativo de um processo de especiação em curso.

Um dos grupos de orcas mais fascinantes observados por cientistas são os caçadores de elasmobrânquios. Desde 1990, eles têm demonstrado uma técnica de caça especializada, reforçada pela análise de quatro eventos de caça a tubarões-baleia, realizada pela bióloga marinha Francesca Pancaldi, do Centro Interdisciplinar de Ciências Marinhas do México. Ela notou que a mesma coordenação no ataque ocorre quando caçam outros peixes maiores.

Um dos membros notáveis desse grupo californiano é o macho chamado Moctezuma, que frequentemente é visto caçando junto às suas parceiras. Essa observação sugere que esse coletivo é singular na perseguição aos tubarões-baleia, o que caracteriza um ataque altamente orquestrado. O primeiro passo dessa técnica é atordoar a presa com impactos de suas cabeças, seguidos da virada do tubarão-baleia de cabeça para baixo, iniciando então a lacerar a carne para provocar a perda de sangue, focando precisamente na região do fígado. Embora os motivos para a atração pelo fígado ainda não sejam compreendidos completamente, acredita-se que a alta concentração de gordura nesse órgão seja um dos fatores.

As orcas costumam consumir outros órgãos, como estômagos e intestinos, mas a preferência pelo fígado é notável. Pancaldi menciona: "Assim como no caso dos tubarões brancos na África do Sul, as orcas parecem ter um foco específico no fígado do tubarão-baleia. O corpo dessa espécie é predominantemente composto de cartilagem e músculo, o que não oferece grande valor nutricional para predadores de topo como as orcas".

Importante destacar que, conforme os cientistas afirmam, as práticas de caça dessas orcas não representam risco imediato à população de tubarões-baleia, pois eles continuam frequentando o Golfo da Califórnia há décadas. No entanto, esse novo grupo de orcas sinaliza a emergência de um ecotipo que possui uma especialização notável em elasmobrânquios, algo raramente observado em outros bandos. Essa adaptação não só ressalta a inteligência das orcas, como também enfoca a complexidade das interações ecológicas em nossos oceanos.