Desvendando os Números: Seis em Cada Dez Empresas Fecham Antes dos 5 Anos no Brasil!
2024-12-05
Autor: Maria
Uma pesquisa recente do IBGE revelou que, dentre as empresas fundadas em 2017, apenas 37,3% conseguiram se manter ativas até 2022. Essa alarmante taxa de sobrevivência evidencia que o cenário para novos empreendimentos no Brasil é extremamente desafiador.
Os dados mostram que, em 2018, 76,2% das novas companhias ainda estavam operando, mas essa porcentagem caiu drasticamente nos anos seguintes: 59,6% em 2019, 49,4% em 2020 e 42,3% em 2021, coincidindo com o primeiro ano completo da pandemia de covid-19.
Segundo Eliseu Oliveira, analista envolvido na pesquisa, não é possível atribuir diretamente a queda nas taxas à pandemia, pois os dados não abrangem o ciclo completo da crise sanitária. Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da emergência de saúde pública de covid-19 em maio de 2023.
"É natural que a taxa de sobrevivência das empresas caia ao longo do tempo devido aos desafios enfrentados, como concorrência e gestão. Contudo, precisamos de uma análise mais aprofundada para entender a influência de fatores macroeconômicos, pois ainda não encerramos o ciclo pandêmico", afirma Eliseu.
Thiago Ferreira, gerente da pesquisa, menciona que esse comportamento não é exclusivo do Brasil, pois reflete questões estruturais e de eficiência nas empresas, além de fusões e aquisições no mercado. Um ponto interessante a se destacar é que, quanto maior o porte da empresa, maior a taxa de sobrevivência: as grandes empresas, com 50 ou mais empregados, apresentaram uma taxa de 60,9% em cinco anos, enquanto as de médio porte (10 a 40 funcionários) tiveram 55,4%. Por outro lado, somente 35,9% das pequenas empresas (1 a 9 empregados) conseguiram resistir.
"Empresas de maior porte têm custos de fechamento mais altos, e também possuem maior acesso a capital e recursos, o que as torna mais resilientes", observa Ferreira.
Analisando o desempenho regional, as regiões Sudeste e Sul se destacam com a maior probabilidade de sobrevivência, ambas com 38,3% no quinto ano de atividade. O Nordeste vem a seguir, com 37,9%, e o Norte e Centro-Oeste apresentando taxas de 36,6% e 35,6%, respectivamente. No que diz respeito aos estados, Sergipe apresentou a maior taxa de sobrevivência (40,5%), enquanto o Amapá teve a menor (27,9%).
O estudo, publicado recentemente, faz parte do Cadastro Central de Empresas (Cempre). No Brasil, havia 7,9 milhões de empresas ativas em 2022, das quais 2,6 milhões eram empregadoras, oferecendo emprego a 40,5 milhões de pessoas - 36,5 milhões delas com carteira assinada. Para se ter uma ideia do impacto econômico, essas empresas pagaram em salários e outras remunerações a impressionante quantia de R$ 1,4 trilhão, resultando em um salário médio mensal de R$ 3,1 mil.
Esses números nos levam a refletir sobre a realidade do empreendedorismo no Brasil, onde os desafios são enormes, mas também existem oportunidades imensas para quem sabe navegar nesse complexo ambiente de negócios!