Ciência

Direto da Antártica: Pesquisador gaúcho Revela Segredos da Expedição no Continente Gelado!

2024-12-17

Autor: Gabriel

A bordo do navio quebra-gelo Akademik Tryoshnikov, a cerca de cem quilômetros da costa da Antártica, o renomado professor gaúcho Jefferson Simões, da UFRGS, compartilha com exclusividade os detalhes da ousada Expedição Internacional de Circunavegação Costeira Antártica.

A viagem começou no porto de Rio Grande no dia 22 de novembro e já se passaram quase 30 dias de expedição. Jefferson, um dos maiores especialistas em glaciologia do mundo, coordena a equipe.

Em uma conversa via satélite, Simões revela como foi a travessia até o continente gelado e os desafios enfrentados no mar.

Como foi a travessia até a Antártica?

- "Nunca é fácil. Decidimos não atravessar exatamente pelo Drake, mas optamos por um caminho mais a leste. Fomos direto em direção às estações russas Novolazarevskaya e indiana Maitri. Nesse ponto, já conseguimos realizar alguns trabalhos científicos. Nos últimos dias, o mar está mais congelado do que o habitual, mas isso também torna as ondas mais amenas."

Atualmente, onde você está?

- "Estamos nos aproximando da maior geleira do mundo, que tem mais de 400 quilômetros de extensão. É uma oportunidade única de pesquisa, permitindo obter dados importantíssimos sobre mudanças climáticas e dinâmicas das geleiras."

Quantos pesquisadores estão a bordo?

- "Temos 57 pesquisadores de sete países, incluindo grandes potências dos BRICS. Essa colaboração transnacional é essencial para a pesquisa científica na região."

Quais as principais descobertas até agora?

- "Até o momento, a extensão anômala do mar congelado tem dificultado as observações de vida marinha. Vimos algumas focas e poucas aves, além de avistar duas ou três baleias. Uma das nossas expectativas é quando chegarmos próximos a colônias de pinguins-imperador, um momento inédito para muitos de nós."

E o que dizer sobre as mudanças climáticas?

- "Estamos aqui para estudar não apenas o clima, mas como esse ambiente extremo pode ser afetado pelas mudanças globais. No mar de Amundsen, estudaremos a origem das frentes frias que influenciam o clima do sul do Brasil. Já notamos que a retração das geleiras começa a ser bastante evidente."

O que o surpreendeu na Antártica?

- "Estou ansioso para ver aquela imensa parede de gelo que nunca vi antes. Esses icebergs são colossais e bastante diferentes da imagem que temos na mente, como no filme Titanic. Aqui, existem icebergs de 10 quilômetro por 5! É totalmente deslumbrante."

Como é a vida a bordo?

- "A vida no navio é intensa! Temos que gerenciar diferentes culturas e estilos de trabalho. A colaboração é fundamental, já que representa uma troca de experiências valiosas entre pesquisadores de diversas nações. Embora a rotina seja pesada, a motivação pela ciência supera os desafios."

Com a expedição em andamento, Jefferson Simões e sua equipe estão determinados a coletar dados que contribuirão significativamente para a compreensão das alterações climáticas e a conservação das regiões polares.

Fique ligado nas atualizações desta expedição histórica e descubra o que mais a Antártica tem a revelar!