O diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa, saiu em defesa da transparência do banco, negando que haja qualquer tipo de financiamento relacionado ao investimento de US$ 2,5 bilhões que a JBS anunciou para a Nigéria. A declaração foi feita nesta sexta-feira (22) após a ex-deputada estadual Janaína Paschoal questionar a origem dos recursos em uma publicação nas redes sociais.

Janaína, que também foi vereadora em São Paulo, levantou a curiosidade sobre a utilização de verbas públicas nesse mega projeto. A JBS revelou um ambicioso plano de cinco anos que inclui a construção de seis fábricas na Nigéria, sendo três destinadas à produção de aves, duas para bovinos e uma para suínos.

"Eu só quero saber uma coisa: esse novo investimento na Nigéria tem dinheiro do povo brasileiro envolvido? Há financiamento do BNDES, do Banco do Brasil, como havia na época de Dilma [Rousseff]?", indagou a ex-deputada, pedindo uma investigação sobre a utilização de recursos públicos no projeto.

Em resposta, Barbosa enfatizou que o projeto da JBS é totalmente independente da instituição financeira: "A iniciativa não conta com qualquer apoio do BNDES, que é a instituição mais transparente da República. Todo cidadão pode consultar nosso portal e verificar as operações que apoiamos".

Curiosamente, dados do banco informam que entre 2003 e 2017 o grupo J&F, controlador da JBS, recebeu desembolsos totalizando R$ 17,6 bilhões, sendo R$ 9,5 bilhões em empréstimos e R$ 8,1 bilhões em investimentos diretos nas ações da JBS e da Bertin, que posteriormente se juntou ao grupo.

Enquanto a JBS se prepara para expandir seus negócios na Nigéria, muitos se questionam sobre a real intenção da empresa e os desdobramentos dessa estratégia em um mercado internacional cada vez mais competitivo. Além disso, fica a dúvida se a falta de financiamento público pode apontar para uma mudança de estratégia da JBS em relação a seus investimentos internacionais.

Essa controvérsia levanta preocupações sobre a transparência e a responsabilidade fiscal das ações das grandes corporações que atuam no Brasil e no exterior. Como o futuro e a reputação da JBS serão afetados por essa nova fase? Fique atento às próximas notícias!