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Dólar em alta impulsionado por leilões do BC; Ibovespa em meio a oscilações

2024-12-16

Autor: Carolina

Dólar em alta impulsionado por leilões do BC

Na última sexta-feira (13), o Banco Central (BC) do Brasil anunciou um leilão de até US$ 3 bilhões com compromisso de recompra, uma estratégia comum para controlar a oferta de dólares no mercado. Esse leilão, conhecido como "leilão de linha", funciona como um “empréstimo” de dólares às instituições financeiras, visando injetar liquidez e, assim, atender a uma crescente demanda pela moeda americana.

No mesmo dia, o BC também realizou um leilão extra de dólares à vista — ou seja, que não exige recompra — que resultou na venda de US$ 1,63 bilhão, a maior intervenção do BC no mercado à vista desde 2020. Esse movimento levou a cotação do dólar a voltar para a faixa de R$ 6,04, embora a moeda tenha se valorizado novamente no decorrer da manhã.

Expectativas do mercado para a semana

Nesta semana, a expectativa do mercado gira em torno de várias divulgações econômicas relevantes. Um dos pontos altos será o boletim Focus, divulgado na segunda-feira, que traz previsões dos analistas financeiros a respeito da economia brasileira. As projeções indicam um aumento nas taxas de juros nos próximos anos, além de uma inflação crescente para 2024 e 2025.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para terça-feira, é aguardada com atenção, assim como a reunião do Federal Reserve (Fed) dos EUA, que irá definir as novas taxas de juros americanas. Além disso, na quinta-feira, será publicado o relatório trimestral de inflação, que poderá impactar as expectativas do mercado.

Desdobramentos políticos

No cenário doméstico, os investidores estão monitorando atentamente os desdobramentos políticos, especialmente em relação à aprovação do pacote fiscal do governo no Congresso Nacional, que enfrenta desafios.

Volatilidade do Ibovespa

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, também apresentou volatilidade. Às 13h50, o dólar estava cotado a R$ 6,0556, com uma alta de 0,35%. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0980. Em comparação, na sexta-feira, a moeda americana registrou um aumento de 0,43%, fechando a R$ 6,0347.

Com isso, a moeda norte-americana acumulou uma queda de 0,60% na semana, uma valorização de 0,57% no mês e um impressionante avanço de 24,36% no ano.

Já o Ibovespa operava em ligeira alta de 0,04% aos 124.657 pontos, após uma queda de 1,13% na sexta-feira, resultando em um recuo de 1,06% na semana e de 7,13% no acumulado do ano.

Expectativas de inflação e PIB

Os economistas também estão de olho na sondagem semanal do Banco Central que estima a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu de 4,84% para 4,89%, ultrapassando o teto da meta de inflação de 4,50% para este ano. Com os gastos públicos em elevação, a pressão inflacionária deve continuar sendo uma preocupação central para a economia brasileira.

As previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 também foram ajustadas para cima, agora estimando uma alta de 3,42%.

Cenário internacional

No cenário internacional, os investidores estão atentos ao desenrolar das políticas monetárias nos Estados Unidos e na Europa. A expectativa é que o Federal Reserve anuncie um corte nas taxas de juros, o que pode influenciar diretamente os mercados globais. Além disso, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, já sinalizou que novas reduções das taxas de juros podem ocorrer no futuro, caso a inflação continue a se aproximar da meta de 2%.

À medida que a economia global evolui, é fundamental observar os movimentos dos principais bancos centrais e como suas decisões impactarão o mercado financeiro brasileiro e internacional.