
Dólar sobe 1,5% e se aproxima dos R$ 6 com tensões na guerra comercial EUA-China
2025-04-08
Autor: Carolina
O cenário econômico global ficou ainda mais complexo nesta terça-feira, com o dólar superando a marca de R$ 6,00 durante a sessão, fechando em R$ 5,9985, uma alta de 1,49%. A pressão externa aumentou quando os Estados Unidos anunciaram a imposição de uma tarifa exorbitante de 104% sobre produtos chineses, válida a partir desta quarta-feira.
Essa escalada nas tarifas se seguiu ao anúncio do presidente Donald Trump, que, na semana anterior, estabeleceu uma tarifa mínima de 10% sobre todas as importações. O medo de uma guerra comercial generalizada tem deixado os investidores com aversão ao risco, o que impacta diretamente nas taxas de câmbio e, consequentemente, na economia global.
Entretanto, as últimas notícias trouxeram um breve alívio ao mercado financeiro. O Japão anunciou que está disposto a negociar com os EUA as tarifas, demonstrando uma postura de cooperação. O ministro da Economia japonês, Ryosei Akazawa, foi designado para liderar essas negociações, o que pode ajudar a mitigar as tensões comerciais.
No entanto, a ansiedade voltou a tomar conta do mercado após o anúncio das novas tarifas sobre a China. A Bolsa de Valores brasileira (B3) registrou oscilações significativas, com o dólar comercial acumulando alta de 5,11% apenas em abril, enquanto o dólar futuro para maio subiu 1,36%, atingindo R$ 6,0210.
Os especialistas alertam que a continuidade deste conflito poderá acelerar a inflação global e provocar recessões em diversos países. O diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, ressaltou que os negócios do Brasil com a China significam que problemas na Ásia rapidamente têm reflexos na economia brasileira.
A volatilidade do mercado, evidenciada pelo índice VIX, que chegou a ultrapassar 60 pontos, destaca o quanto os investidores estão apreensivos em relação ao futuro econômico. A instabilidade de preços e as oscilações bruscas no câmbio indicam que a situação requer total atenção.
Além disso, o mercado de trabalho dos EUA e os índices de inflação também merecem atenção, já que esses fatores influenciam diretamente a política monetária e as decisões do Federal Reserve. Esse contexto de incerteza faz com que o dólar seja visto como um porto seguro, levando muitos investidores a buscarem proteção em ativos em dólar.
Embora o dólar esteja próximo da marca de R$ 6, o futuro das relações comerciais entre as nações ainda é uma incógnita. Observadores do mercado permanecem vigilantes, onde cada anúncio pode provocar novas reações, aumentando a volatilidade e as oportunidades de investimento.