Ciência

Dormir Bem: A Chave Secreta Para Combater o Alzheimer!

2024-11-19

Autor: Lucas

Com o avanço da idade, muitas preocupações relacionadas à saúde surgem, e a demência é uma das maiores fontes de temor. Um estudo recente de 2023 revela que uma maneira surpreendente de reduzir o risco de desenvolver essa condição está relacionada diretamente ao sono. Pesquisadores descobriram que a falta de sono profundo, conhecido por ser o estágio mais reparador do nosso descanso, aumenta em 27% o risco de desenvolver demência a cada 1% de perda anual desse tipo de sono. A alerta é especialmente para aqueles com mais de 60 anos, já que essa fase do sono tende a diminuir com o envelhecimento.

O sono profundo ocorre geralmente entre 20 a 40 minutos durante um ciclo completo de sono de 90 minutos. É neste momento que nosso corpo e mente realmente se recuperam, com uma desaceleração significativa dos batimentos cardíacos, da pressão arterial e das ondas cerebrais. Além de restaurar as energias, o sono profundo é crucial para o fortalecimento dos músculos, dos ossos e até mesmo para a saúde do sistema imunológico, preparando nosso cérebro para adquirir e manter novas informações e memórias.

A Defesa Poderosa Contra o Alzheimer

Este tipo de sono é também uma peça-chave na “limpeza” do cérebro, removendo resíduos metabólicos e proteínas que se acumulam e que estão associadas à doença de Alzheimer. Matthew Pase, neurocientista da Universidade Monash, na Austrália, explica que "o sono de ondas lentas ajuda o cérebro envelhecido de várias maneiras, facilitando a eliminação de proteínas que se agregam na doença de Alzheimer".

Com um olhar mais aprofundado, Pase e uma equipe internacional analisaram dados de 346 participantes do Framingham Heart Study, todos com mais de 60 anos. A pesquisa, que ocorreu entre 1995 e 2018, demonstrou uma conexão clara entre a diminuição do sono profundo e o aumento das chances de desenvolver demência. Os resultados sugerem que aqueles que perderam uma maior porcentagem de sono profundo apresentaram riscos elevados, não apenas para a demência em geral, mas também especificamente para a forma mais comum, o Alzheimer. “Minha pesquisa sugere que a perda do sono profundo pode ser um fator de risco modificável para a demência”, complementou Pase.

Os Desafios do Envelhecimento Saudável

O Framingham Heart Study fornece uma análise abrangente sobre a saúde da população idosa, monitorando fatores como a redução do volume do hipocampo — um indicador precoce de Alzheimer — e medidas que afetam a saúde cardiovascular. Surpreendentemente, resultados relacionados mostraram que níveis baixos de sono profundo também estão conectados a um maior risco de doenças cardíacas e à presença do gene APOE e4, que está associado ao Alzheimer.

Embora a relação entre sono profundo e demência seja evidente, os cientistas alertam que a pesquisa não determina que a perda de sono causa demência; na verdade, pode ser que as alterações no cérebro provocadas pela demência interfiram na qualidade do sono. Portanto, mais estudos são necessários para elucidar essa conexão complexa.

O Que Fazer Para Melhorar a Qualidade do Seu Sono

Enquanto novas pesquisas não chegam a conclusões definitivas, garantir um sono de qualidade é uma estratégia que pode beneficiar a saúde cerebral. O que você pode fazer? Criar uma rotina de sono consistente, evitar eletrônicos antes de dormir e investir em um ambiente de descanso confortável são algumas dicas para melhorar sua qualidade de sono. Assim, cuidar da qualidade do seu descanso não é apenas uma questão de manter a memória afiada, mas também uma ação preventiva que fortalece tanto o corpo quanto a mente para o futuro. Não deixe que o seu sono se torne um fardo! Faça dele seu aliado na luta contra o Alzheimer!