Neste domingo (29), o Aeroporto Internacional de Muan se tornou um cenário de desespero e angústia, enquanto centenas de familiares aguardavam notícias sobre aqueles que estavam a bordo de um voo da Jeju Air. O avião, que fez um pouso forçado, resultou na trágica morte de 179 pessoas, incluindo 175 passageiros e seis tripulantes.

A cena era tocante: gritos de desespero e lamentos ecoavam pelo saguão. Uma jovem tentava consolar uma mulher idosa que chorava a perda de seu filho. Enquanto isso, outros familiares se abraçavam, compartilhando o peso da dor.

Dentre aqueles que aguardavam ansiosos, estava Jang Gu-ho, de 68 anos, que, acompanhado de sua esposa em meio ao choro, relatou que cinco de seus parentes estavam no avião, retornando de uma viagem de férias. "Estamos devastados," ele comentou, enquanto sua esposa, profundamente abalada, não conseguia encontrar palavras.

Com o número de vítimas identificadas aumentando, equipes de resgate se concentravam na difícil tarefa de reconhecer os corpos. Funcionários do aeroporto prestavam informações regulares ao grupo angustiado de familiares, enquanto bombeiros e policiais se mobilizavam na área restrita do aeroporto. Por volta das 16h30, a primeira atualização foi compartilhada: 22 identidades confirmadas.

Os corações se apertaram quando os nomes começaram a ser lidos em voz alta, e a tristeza se intensificava. "Por favor, fale mais alto!" pediam alguns, enquanto outros clamavam para que os nomes fossem impressos e afixados para que todos pudessem verificar.

No início da noite, listas impressas foram afixadas na parede do saguão, proporcionando um breve momento de esperança. Infelizmente, todas as 22 primeiras vítimas eram cidadãos coreanos, incluindo uma comissária de bordo de apenas 23 anos e um passageiro de 78 anos. No total, as autoridades confirmaram a identificação de 88 corpos até o final da tarde.

Em uma tentativa de oferecer suporte, tendas temporárias foram levantadas na área de embarque, destinadas às famílias dos ocupantes do voo. Do lado de fora, filas de carros se formavam em busca de um espaço no estacionamento já lotado, enquanto outras pessoas estacionavam em locais incertos, demonstrando a luta de muitos para estar próximo de seus entes queridos.

Jang e sua esposa chegaram ao aeroporto perto do meio-dia, após receberem uma chamada de um escritório do governo informando que um de seus familiares estava entre os passageiros. Seis horas depois, a incerteza ainda pairava sobre eles, sem qualquer resposta.

"Parece que esta será uma noite longa e angustiante," afirmou Jang, expressando a dor que muitas famílias estavam enfrentando enquanto aguardavam, em meio ao caos e à tristeza, por alguma notícia sobre seus amados.

Essa tragédia levanta questões sobre segurança nas viagens aéreas e o suporte que as autoridades oferecem em momentos tão difíceis. Enquanto isso, muitos se uniram em oração, esperando por um milagre em meio à devastação.