Em um evento controverso na Argentina, Eduardo Bolsonaro fez um apelo à liberdade dos foragidos do 8 de janeiro. A ministra da Segurança argentina, Patrícia Bullrich, estava na plateia durante a fala de Eduardo, que já havia solicitado a liberdade dos condenados em um encontro anterior no programa "La Nación". Bullrich respondeu que a questão está nas mãos da Justiça, reafirmando que o governo de Javier Milei segue estritamente as ordens judiciais.

O presidente Javier Milei, que também discursou no evento, ainda não se manifestou sobre essa polêmica questão. Atualmente, cerca de 60 militantes identificados como bolsonaristas encontram-se foragidos na Argentina. Recentemente, a Justiça determinou a prisão desses indivíduos, e rumores indicam que eles podem ser extraditados para o Brasil.

Em um vídeo, Eduardo revelou que visitou dois foragidos na prisão em La Plata, a 80 km de Buenos Aires. Durante a visita, conversou com familiares dos homens, que solicitaram asilo político no país vizinho. Até agora, o pedido de refúgio deles ainda não foi analisado pelas autoridades argentinas.

Além de defender os foragidos, o deputado também saiu em defesa do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a inelegibilidade de Bolsonaro é um reflexo de uma perseguição política. "Colocaram Bolsonaro inelegível porque se encontrou com embaixadores. Pedir mais transparência em um processo eleitoral é vital em uma democracia. Sem isso, não podemos realmente chamar de democracia, é mais uma ditadura", argumentou.

Jair Bolsonaro está inelegível até 2030, devido a condenações relacionadas a abuso de poder político e econômico em dois processos distintos. O primeiro caso está ligado a um encontro com diplomatas onde fez acusações sem provas sobre o sistema eleitoral brasileiro, o que gerou escândalo na época. O segundo envolve o uso da comemoração do bicentenário da independência do Brasil, em 7 de setembro de 2022, para promover sua própria campanha política.

O debate sobre a liberdade dos foragidos e a inelegibilidade de Bolsonaro levanta uma série de questões sobre a democracia e a justiça no Brasil e na Argentina. Ao mesmo tempo, a narrativa de perseguição política promovida por Bolsonaro continua a ganhar atenção, especialmente em um contexto onde muitos consideram as acusações como uma tentativa de silenciar opositores.