Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu se licenciar do cargo na Câmara dos Deputados e se trasladar para os Estados Unidos. Em um vídeo postado em suas redes sociais, Eduardo explica que sua escolha é motivada pela suposta perseguição que ele e seu pai têm enfrentado no Brasil, mencionando inclusive a possibilidade de uma prisão ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Recentemente, o filho do ex-presidente deixou o Brasil há 19 dias para se instalar nos EUA. Contudo, é importante ressaltar que ele não foi indiciado ou denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação às investigações sobre a tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023. A única discussão no STF envolve um pedido para apreender seu passaporte, feito pelos deputados Lindbergh Farias e Rogério Correia, ambos do PT.

Eduardo se manifestou em relação a essa questão: 'Se Alexandre de Moraes quer que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é exatamente aqui que vou fazer isso, trabalhando arduamente.' Ele declarou que, durante seu tempo nos Estados Unidos, se dedicará a lutar pela anistia dos presos pela tentativa de golpe, afirmando que só retornará ao Brasil quando Moraes for responsabilizado por 'abuso de autoridade'.

Além disso, Eduardo estava sendo considerado para assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que poderia fortalecer sua influência para defender seu pai em eventos internacionais, especialmente em um momento em que a relação entre Brasil e EUA está se tornando mais relevante. Ele mencionou que Luciano Zucco, do PL do Rio Grande do Sul, deverá ser indicado para o cargo em seu lugar.

Mas os desdobramentos não param por aí. A liderança do PL se disse surpreendida com sua saída e ainda busca esclarecer quem ocupará o posto na comissão.

Eduardo deixou claro que já tinha relações estabelecidas com interlocutores nos Estados Unidos e, ironicamente, disse que se os deputados do PT pediram a apreensão de seu passaporte, ele já estava nos EUA. Isso levanta a questão sobre a crescente polarização e os desafios enfrentados por figuras políticas que se alinham à ideologia de seu pai.

Os deputados do PL também estão de olho na presidência de outras comissões importantes, como a Comissão de Saúde, o que mostra que a disputa por influência legislativa permanece acirrada.

À medida que essa situação se desenrola, muitos se perguntam: será que a licença de Eduardo é realmente uma fuga de um ambiente hostil ou uma estratégia deliberada para intensificar sua presença no cenário internacional enquanto aguarda as próximas movimentações da política brasileira? Esse episódio sem dúvida deixará marcas na política nacional.