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Eleições na Romênia: Surpresas e Reviravoltas - O Que Esperar do Segundo Turno?

2024-11-24

Autor: Ana

As recentes eleições na Romênia trouxeram resultados inesperados, com Calin Georgescu, até então pouco conhecido, conquistando quase 22% dos votos, desafiando a expectativa de menos de 10%. Ele agora se prepara para um segundo turno contra o atual primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, que recebeu 21,1% das preferências. Em um surpreendente terceiro lugar, com 16,6%, aparece Elena Lasconi, jornalista e prefeita de uma cidade pequena, representando a centro-direita.

Outro nome que chamou atenção foi George Simion, líder do partido de extrema-direita AUR (Aliança pela Unidade dos Romenos), que conquistou apenas 14,5%, embora fosse considerado favorito nas pesquisas para avançar ao segundo turno. Simion, conhecido por seu forte nacionalismo e postura provocativa, muitas vezes é comparado ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, pelo seu estilo carismático e por sua retórica polarizadora.

Marcel Ciolacu, agradecendo aos eleitores pelo resultado “cristalino”, pediu cautela até que a apuração completa seja feita antes de se preparar para o confronto no dia 8. A importância das eleições deste ano é elevada, especialmente em um momento em que a Romênia, com cerca de 19 milhões de habitantes, resiste a pressões nacionalistas de países vizinhos como Hungria e Eslováquia.

O papel da Romênia na OTAN é considerado fundamental, abrindo espaço para a movimentação de tropas e fornecimento de recursos, além de ser um ator estratégico no fornecimento de grãos ucranianos em um contexto de guerra. Segundo o think tank New Strategy Center, a presença militar na região é significativa, com mais de cinco mil soldados alocados no país.

Entretanto, há quem veja a democracia romena em risco pela primeira vez desde o fim do comunismo em 1989. O cientista político Cristian Parvulescu advertiu que a situação se agravou com o aumento da popularidade de partidos de extrema direita, especialmente após a ascensão de Trump nos EUA.

Simion, mesmo com os resultados desfavoráveis, afirmou que ainda há mais batalhas pela frente, incluindo as eleições legislativas em 1º de dezembro e o segundo turno presidencial na semana seguinte. Seu discurso nacionalista se opõe à ajuda militar à Ucrânia e critica a União Europeia, que considera uma “bolha corrupta”.

Por outro lado, a campanha de Georgescu ganhou força rapidamente, particularmente no TikTok, onde sua mensagem sobre interromper a ajuda à Ucrânia ressoou fortemente. “Esta noite, o povo romeno gritou pela paz”, declarou após o anúncio dos resultados, destacando o desejo de mudança entre os eleitores.

A campanha foi marcada por muitas polêmicas, incluindo acusações de que Simion teria se encontrado com espiões russos, o que ele nega vehementemente. O primeiro-ministro Ciolacu também enfrentou críticas pela utilização de jatos particulares em sua campanha. Apesar de sua imagem como um homem humilde e acessível, muitos questionam sua habilidade de manter a estabilidade em tempos tão conturbados.

Assim, a expectativa para o segundo turno é alta, e a análise sobre as direções políticas que a Romênia pode tomar está apenas começando. Com o panorama em constante mudança, todos ficam em suspense para ver quem sairá vitorioso.