Nesta terça-feira (10), o bilionário Elon Musk fez ondas novamente ao se pronunciar em sua rede social, o X, afirmando que a falta de moradia é uma "mentira". Em suas declarações, Musk sugeriu que o termo "sem-teto" é frequentemente usado como uma "palavra de propaganda" para descrever viciados em drogas com problemas mentais.

Esse comentário surgiu em resposta a uma postagem de Jeremy Kauffman, que distorceu uma reportagem do San Francisco Chronicle. Kauffman alegou que dar moradia aos moradores de rua resultava em situações alarmantes, como violência e overdoses. Entretanto, a reportagem de 2022, quando analisada com atenção, não corrobora essas afirmações. Na verdade, revela os graves problemas enfrentados pelos abrigos transformados de hotéis em São Francisco, que estão "subfinanciados e sem pessoal adequado", resultando em condições de vida precárias.

O site Popular.info enfatiza que, em vez de culpar os sem-teto, a crítica deve recair sobre a falta de suporte apropriado e a má gestão dos recursos disponibilizados para a população vulnerável. Frequentemente, os problemas de segurança em abrigos estão ligados a uma manutenção inadequada e a um pequeno grupo de inquilinos que não recebe a assistência necessária.

A aversão de Musk à população sem moradia não é nova. Em 2023, ele já havia solicitado que um escritório de advocacia que representava moradores de rua fosse boicotado, em meio a uma batalha judicial que envolvia despejos de acampamentos na cidade.

Além das polêmicas públicas, Musk, que possui uma fortuna líquida de impressionantes US$ 349 bilhões e foi nomeado copresidente do Departamento de Eficiência do Governo por Donald Trump, pode influenciar diretamente quais programas sociais serão mantidos ou eliminados. Essa posição alarmante levanta questões sobre o futuro dos serviços sociais nos EUA, especialmente em um momento de aumento recorde de sem-teto no país.

De acordo com a National Alliance to End Homelessness, o número de sem-teto nos Estados Unidos alcançou um nível alarmante, com um aumento de mais de 23% no número de pessoas que entraram em abrigos de emergência pela primeira vez entre 2019 e 2023. Recentemente, em 2023, aproximadamente 256.610 pessoas, ou 39,3% da população em situação de rua, estavam sem abrigo.

Portanto, é crucial reavaliar a retórica que cerca a crise dos sem-teto e considerar soluções mais humanas e eficazes para o problema.