Nação

Empresário executado no aeroporto pediu proteção ao MP antes de ser assassinado por ordem do PCC

2024-11-09

Autor: Matheus

Em um cenário de violência e traição, o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), foi brutalmente executado no Aeroporto Internacional de São Paulo no dia 8 de outubro. Pouco antes de seu assassinato, Gritzbach havia se reunido com procuradores, onde expressou sua necessidade urgente de segurança para formalizar um acordo contra a facção criminosa e policiais envolvidos. (Confira o vídeo da reunião)

Durante a reunião com os promotores, o empresário, que estava crucialmente envolvido no submundo do crime, afirmou: "Eu tenho comprovantes de pagamento, contrato, matrícula e conversas no WhatsApp. Posso apresentar tudo, mas preciso de mais segurança. Se não tiver proteção, estou falando com um morto-vivo aqui."

Curiosamente, embora o Ministério Público de São Paulo tenha oferecido segurança a Gritzbach em diversas ocasiões, ele recusou. Agora, seus advogados aguardam o desfecho das investigações para se pronunciarem sobre o caso. Infelizmente, os principais suspeitos do assassinato ainda permanecem foragidos.

Acusado de ser o mandante do assassinato de dois líderes do PCC em dezembro de 2021, Gritzbach, por sua vez, teria contratado quatro policiais militares para sua proteção pessoal. Porém, a investigação revelou que esses PMs, que foram identificados e afastados, estão sendo investigados por supostas falhas na sua proteção, levantando especulações de possível traição ou conivência com os assassinos.

Os quatro policiais da escolta, identificados como Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima, foram ouvidos pelas autoridades, e seus celulares foram apreendidos como parte da investigação para determinar se houve comunicação com os criminosos antes do ataque. Há suspeitas de que a segurança particular de Gritzbach pode ter facilitado o acesso dos assassinos ao empresário, que estava vulnerável ao desembarcar no aeroporto.

Victimando a ação, dois motoristas de aplicativo e uma jovem de 28 anos, que estavam no local, também foram feridos no ataque. Todos foram socorridos e levados ao Hospital Geral de Guarulhos, onde permanecem sob cuidados médicos. A namorada de Gritzbach, que também estava presente, prestou depoimento às autoridades e não foi encontrada no local após a execução, o que levantou mais perguntas sobre a coordenação do ataque.

Gritzbach, que tinha se tornado um informante valioso do PCC, havia revelado esquemas criminosos ao Ministério Público nas semanas anteriores, comprometendo operações de lavagem de dinheiro que envolviam milhões de reais em imóveis e negócios ilegais. Essa colaboração com as autoridades pode ter motivado sua execução como uma forma de silenciar uma fonte que poderia expor a facção.

Os investigadores suspeitam que o empresário já estava sendo monitorado e que seus assassinos tinham conhecimento do seu deslocamento desde sua partida de Maceió, em Alagoas. O objetivo era claro: eliminar uma ameaça à estrutura do PCC que, segundo informações, era uma máquina de crimes, incluindo armas e tráfico de drogas.

A história de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach é marcada por um enredo de ambição, crime e traição. Ele não só atuou como corretor de imóveis, mas se tornou um personagem chave na estrutura financeira do PCC, facilitando a lavagem de dinheiro através da compra e venda de propriedades, o que, segundo fontes, lhe trouxe mais inimigos do que aliados.

Com a execução de Gritzbach, as investigações continuam por parte da Polícia Civil, que busca capturar os responsáveis pelo crime e elucidar todos os desdobramentos do caso que choca a sociedade e revela a complexa teia de relações dentro do tráfico organizado em São Paulo.