A gigante italiana Enel está entrando com tudo no competitivo mercado de reatores nucleares modulares pequenos (SMR) através de uma parceria estratégica com a Ansaldo Energia e a Leonardo, uma renomada empresa do setor de defesa.

Essa nova aliança promete ser um marco significativo na indústria de energia, com a Enel já trabalhando em colaboração com a startup de reatores nucleares Newcleo. O foco? Desenvolver uma tecnologia nuclear de quarta geração, projetada para ser mais segura e eficiente, segundo informações do TechCrunch.

A Enel não está apenas investindo financeiramente, mas também colocando pressão nas startups de SMR que, atualmente, enfrentam desafios consideráveis para a construção de suas usinas. Essa competição acirrada pode acelerar o avanço tecnológico, mas também ressalta as dificuldades que esses novos entrantes têm enfrentado para viabilizar seus projetos.

Com a crescente demanda por energia, especialmente de data centers que alimentam serviços de inteligência artificial como ChatGPT e Gemini, grandes empresas de tecnologia, incluindo Amazon, Microsoft e Google, estão olhando com atenção para a energia nuclear como uma solução potencial.

E o cenário na Itália está mudando. Após rejeitar a energia nuclear em referendos de 1987 e 2011, o governo atual está se preparando para uma revisão da legislação até o final do ano, o que poderia levantar a proibição em vigor e abrir espaço para novas iniciativas nucleares.

Enel e seus parceiros estão em uma corrida ativa para explorar o uso de SMR, com o objetivo de suprir a demanda futura, particularmente para alimentar os centros de dados em desenvolvimento na Itália. Notavelmente, a empresa já recebeu entre 40 a 50 cartas de interesse para tais projetos.

Embora a concretização das usinas de SMR esteja projetada para uma realidade de 10 a 15 anos à frente, a entrada da Enel no setor indica claramente a crescente relevância da energia nuclear em um mundo que clama por soluções sustentáveis e eficientes de energia. As startups de SMR agora têm um concorrente de peso em seus calcanhares, mas ainda há espaço para inovação e desenvolvimento antes que esses novos projetos se concretizem.

No Brasil, a Enel se destaca como a segunda maior distribuidora de energia elétrica do país, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com 23,6% das ações sob controle do governo italiano, a companhia tem se mostrado um player estratégico em um mercado em constante evolução e demanda.

A pergunta que fica é: será que a energia nuclear pode realmente ser a resposta para as crescentes necessidades energéticas do futuro?