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Erdogan e o Líbano: Aliança Estratégica para a Síria Após a Queda de Assad

2024-12-18

Autor: Julia

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quarta-feira uma parceria entre Turquia e Líbano para agir em conjunto na Síria, validando a importância da cooperação entre os dois países após a queda do presidente Bashar al-Assad. Em uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro libanês, Nayib Mikati, Erdogan declarou: "Este é um período crucial onde devemos unir forças em nome da estabilidade regional".

A Síria enfrenta uma nova fase com a ascensão de uma coalizão de grupos rebeldes islamistas, liderada pelo Hayet Tahrir al-Sham (HTS), que tomou o controle do país em 8 de dezembro. Assad, que governou a nação com mão de ferro por mais de duas décadas, agora se encontra exilado em Moscou.

Tensão nas Fronteiras

Após a queda de Assad, a Turquia intensificou suas operações militares na fronteira síria, focando particularmente nas Forças Democráticas da Síria (FDS), que Ankara considera uma extensão do grupo terrorista PKK. O ministro da Defesa turco, Yasar Güler, reiterou que a Turquia está disposta a fornecer apoio militar ao novo governo sírio, caso esse solicite.

Recentemente, 21 combatentes pró-Turquia perderam a vida em confrontos com milícias curdas, evidenciando a tensão contínua na região mesmo sob um cessar-fogo mediado pelos EUA. As FDS, que são apoiadas por Washington, desempenham um papel crucial na luta contra o ressurgimento do Estado Islâmico na Síria, o que levanta preocupações sobre a segurança regional.

A Questão Curda em Foco

A Turquia considera a neutralização das forças curdas uma prioridade e acredita que o novo governo sírio compartilha desse objetivo. No entanto, o apoio dos EUA às FDS complica a situação, demonstrando o delicado equilíbrio de poder na região.

O ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, também refutou as alegações de que a revolta contra Assad representava uma "tomada hostil" por parte da Turquia, ressaltando que o que ocorre na Síria é uma manifestação da vontade do povo sírio.

Fidan ainda pediu à comunidade internacional, especialmente à ONU, que reavalie a designação do HTS como grupo terrorista, indicando uma possível mudança nas dinâmicas políticas globais em relação à Síria.

Essa nova aliança entre Turquia e Líbano, em meio a um panorama de conflitos e reestruturação política na Síria, levanta questionamentos sobre o futuro da estabilidade na região e os possíveis impactos sobre a população local. Acompanhe as repercussões dessa aliança e o que isso pode significar para a paz na Síria.