Escândalo à Vista: Os Planos Sombrio do General Mário Fernandes, o Fiel Escudeiro de Bolsonaro!
2024-11-24
Autor: Carolina
Áudios reveladores do general Mário Fernandes tornam-se um elemento crucial para a Polícia Federal (PF) na apuração da tentativa de golpe de Estado, que culminou no indiciamento de 37 pessoas na última semana.
Classificado pela PF como o militar mais extremista entre os conspiradores, Mário Fernandes teve um papel ativo na trama, mantendo contato com diversos atores, desde figuras proeminentes do governo Bolsonaro até líderes dos movimentos golpistas em Brasília.
Transcrições inéditas desses áudios, obtidas pela reportagem do Metrópoles, mostram que o general se demonstrou preocupado com divisões internas nas Forças Armadas. Ele organizou atos golpistas e, em um momento alarmante, exclamou: 'Vai rolar sangue', referindo-se a um protesto violento que estava se formando.
O general foi preso na terça-feira (19/11) durante a Operação Contragolpe da PF. As investigações revelam que ele teria articulado planos para assassinar líderes políticos proeminentes, incluindo o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Vale ressaltar que Mário ocupou cargos relevantes na administração de Bolsonaro, incluindo o de chefe da Secretaria Geral da Presidência da República.
Explosão de Violência e o Envolvimento de Bolsonaro
Em áudio gravado em 8 de dezembro de 2022, Mário revelou a uma pessoa próxima que teve um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, onde discutiram 'medidas' que poderia tomar antes da posse de Lula. Durante esta conversa íntima, Mário mencionou que Bolsonaro não estava muito preocupado com a cerimônia de posse marcada para o dia 12 de dezembro, enfatizando que havia tempo até o dia 31 para tomar qualquer ação.
No mesmo dia da posse, torcedores bolsonaristas protagonizaram um protesto violento nas redondezas da sede da Polícia Federal em Brasília, desencadeado pela prisão de uma liderança indígena ligada à movimentação golpista. Em uma conversa animada com o coronel reformado Reginal Vieira, conhecido como Velame, Mário se deixou levar pela adrenalina do momento e celebrou a violência: 'Agora vai rolar sangue'.
Uma Aliança Perigosa: Mário Fernandes e Mauro Cid
Mário também se comunicava com o tenente-coronel Mauro Cid, que fez uma delação premiada e coopera com as investigações para esclarecer os responsáveis pela tentativa de golpe. Cid confirmou que Mário era o mais radical entre os envolvidos.
Os diálogos entre Mário e Cid revelam que eles usavam métodos não convencionais para evitar detecção, e Mário frequentemente expressava preocupações sobre rachas nas Forças Armadas, apontando que apenas o comando da Marinha teria apoiado um golpe contra o novo governo.
A Pressa por um Novo Golpe
Os áudios também revelam a urgência de Mário por uma ação golpista antes da posse do presidente eleito. Ele expressou descontentamento com a retórica moderada de Bolsonaro sobre a Constituição, afirmando: 'Eu já dei uma bicuda nessas quatro linhas há muito tempo', o que indica seu desprezo pela ordem constitucional.
Mais alarmante ainda, ele afirmou estar organizando uma manifestação pessoal, comparando-a à famosa marcha que apoiou o golpe de 1964 que instaurou a ditadura militar no Brasil. Esse período sombrio da história brasileira causou a morte e o desaparecimento de centenas de pessoas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu ao seu nome ser incluído entre os indiciados, afirmando que a equipe do ministro Alexandre de Moraes usou 'criatividade' para formulá-las, sugerindo que as acusações eram infundadas.
Este escândalo levanta questões sérias sobre a lealdade militar e o extremismo político no Brasil atual. O espaço permanece aberto para uma resposta por parte da defesa do general Mário Fernandes, que já se tornou uma figura central em um dos capítulos mais sombrios da política brasileira.