Escândalo de Hacker: Os Bastidores da Ligações entre Bolsonaro, Exército e Manipulação Eleitoral
2024-11-23
Autor: Maria
Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker de Araraquara, foi contratado por Jair Bolsonaro (PL) em setembro de 2022 para ajudar em uma série de ataques às urnas eletrônicas. O desenrolar desse caso foi ainda mais sombrio com a revelação de que Delgatti se reuniu com o general Mário Fernandes, também apelidado de "kid preto", em novembro do mesmo ano. Eles planejaram desenvolver um "código malicioso" com o intuito de desacreditar o processo eleitoral.
Durante uma conversa reveladora com o coronel Marcelo Câmara, então assessor de Bolsonaro, Fernandes descreveu Delgatti como "garoto" e confirmou que a intenção era usar o hacker para criar um protótipo de código que ajudaria a identificar supostas falhas nas urnas. Este seria um movimento para legitimar teorias de fraude que circulavam entre alguns grupos políticos.
Fernandes afirmou, "A pressão está em cima do garoto e ele prometeu entregar o protótipo até o final da semana." Esse tipo de estratégia buscava armar os militares com informações técnicas que pudessem reforçar a narrativa de vulnerabilidades no sistema de votação eletrônica.
Além disso, Delgatti revelou em 2023 que participou de reuniões no Ministério da Defesa, onde apresentava supostas falhas nas urnas eletrônicas ao exército e discutia interações com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Alexandre de Moraes, que também figurava nas ameaças de ataques por parte de grupos ligados a Bolsonaro.
A atuação do Ministério da Defesa nesse contexto é alarmante. Em 10 de novembro, o ministério publicou uma nota técnica que deixava em aberto a possibilidade de fraudes nas urnas eletrônicas, apesar de não haver evidências concretas. Essa nota foi vista como um apoio a uma campanha mais ampla de deslegitimação dos resultados eleitorais.
O clima de tensão era palpável entre os militares: Fernandes indicou que, em conversas com membros da alta cúpula, estava pressionando por uma adesão ainda mais forte de oficiais ao plano de golpe, chegando a sugerir que Walter Braga Netto, o ex-ministro da defesa, fosse reintegrado ao cargo para reforçar essa pressão.
As conversas entre os generais incluíam uma preocupação com a saúde de Bolsonaro, que, segundo Fernandes, parecia abatido e precisaria de apoio para se manter firme em seu papel, mesmo diante de uma série de adversidades. Ele concluiu, "Ainda que esteja caindo, ele tem que cair de pé."
As revelações sobre a atuação de Delgatti e as conexões com o exército revelam uma rede complexa de manipulação que coloca em risco a integridade democrática do Brasil. Os desdobramentos desse caso ainda estão sendo investigados e podem levar a consequências políticas significativas. Fique atento, pois os desdobramentos desse escândalo podem mudar o futuro político do país.