Escândalo na Bahia: Prefeitura paga exames transvaginais para homens; investigação revela fraudes de R$ 12 milhões!
2024-12-17
Autor: Lucas
Operação USG e investigação de fraudes
A Polícia Civil da Bahia iniciou, nesta terça-feira (17), a Operação USG, que investiga fraudes em licitações e desvios que podem ultrapassar R$ 12 milhões de recursos destinados à saúde na Prefeitura de Formosa do Rio Preto, uma cidade localizada no oeste baiano e na divisa com o Piauí.
As investigações revelaram indicadores alarmantes de irregularidades na prestação de serviços. Entre os principais apontamentos estão a contratação de plantões fictícios, pagamentos por serviços não realizados e exames incomuns realizados em pacientes inadequados, como foi o caso de ultrassonografias transvaginais em homens cisgêneros.
Indivíduos envolvidos e correções na informação
Nove indivíduos estão sendo investigados, incluindo secretários municipais, servidores, médicos e proprietários de empresas suspeitas. Inicialmente, havia informes de que o prefeito reeleito Manoel Afonso de Araújo, popularmente conhecido como Neo (PSD), seria um dos envolvidos, mas a informação foi posteriormente corrigida pela polícia.
Resposta da Prefeitura e auditoria
Em resposta às denúncias, a Prefeitura de Formosa do Rio Preto contratou uma empresa de auditoria para investigar a situação, garantindo que já estava apurando os fatos há meses. A administração municipal afirmou estar colaborando plenamente com as autoridades competentes.
Irregularidades nos registros dos exames
Documentos obtidos por jornalistas indicam que, pelo menos, três clínicas em questão apresentaram listas com nomes repetidos de pacientes, que supostamente teriam realizado o mesmo exame diversas vezes em um intervalo de tempo muito curto. Ademais, foi constatado que, em alguns casos, os nomes dos pacientes foram alterados, embora os números dos cartões do SUS permanecessem os mesmos.
Os homens registrados nas planilhas para exames transvaginais foram interrogados pela polícia e afirmaram categoricamente que não se submeteram a procedimentos médicos nas datas indicadas nos registros.
Declaração da Polícia e ações da Justiça
"Detectamos que empresas fictícias foram contratadas pela prefeitura para realizar exames que, na verdade, nunca ocorreram, configurando um esquema de lavagem de dinheiro", disse a delegada Márcia Pereira, chefe do Draco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).
A operação está cumprindo mandados de busca e apreensão em residências, clínicas e postos de saúde em Formosa do Rio Preto e nas cidades vizinhas de Corrente e Bom Jesus, no Piauí.
Além disso, a Justiça determinou o afastamento de servidores públicos envolvidos, a suspensão de pagamentos a empresas e o bloqueio de recursos associados a três clínicas e outros indivíduos investigados.
Impacto na cidade e na gestão pública
Com uma população de apenas 25,8 mil habitantes, Formosa do Rio Preto é um dos principais polos do agronegócio na região oeste da Bahia, e a descoberta desse escândalo levanta questões severas sobre a gestão dos recursos públicos que, se confirmadas, podem impactar enormemente a imagem e a estabilidade política do município.