Escândalo na França! Deputados atacam carne brasileira: 'Nossos pratos não são latas de lixo'
2024-11-27
Autor: Lucas
Nesta terça-feira, 26 de setembro, a carne bovina do Brasil se tornou o epicentro de um intenso debate na Assembleia Nacional da França. Durante uma votação simbólica sobre o polêmico acordo entre a União Europeia e o Mercosul, deputados franceses levantaram vozes de discordância em relação à qualidade e rastreabilidade da carne brasileira, com alguns parlamentares fazendo comparações alarmantes que a rotularam como "lixo".
O deputado Vincent Trébuchet (UDR) não poupou palavras: "A realidade é que nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo". Ele argumentou que as carnes provenientes do Mercosul seriam produzidas com hormônios de crescimento, apontando a rastreabilidade no Brasil como um conceito nebuloso. Segundo Trébuchet, auditorias anteriores da Comissão Europeia teriam revelado que o Brasil não atenderia a normas sanitárias adequadas, enquanto o Uruguai seria o único país do bloco com rastreabilidade confiável.
Em comentários igualmente contundentes, a deputada Helene Laporte, do partido de extrema direita Rassemblement National, afirmou que a competitividade da carne brasileira se deve ao uso excessivo de antibióticos, proibidos na União Europeia desde 2006. Já o deputado Antoine Vermorel, do Droite Républicaine, foi além, acusando o Mercosul de incorporar "produtos cancerígenos" na produção de carne destinada ao mercado europeu.
Essa união inusitada entre parlamentares de diferentes ideologias revela um consenso raro sobre a questão do Mercosul, como destacou o deputado Paul Molac. Ele enfatizou que os agricultores franceses se sentem injustamente pressionados a competir com produtos que não seguem os mesmos padrões rigorosos de qualidade exigidos na França.
O clamor por maior segurança alimentar se torna mais urgente no contexto das recentes críticas em relação ao agronegócio brasileiro feitas por gigantes franceses, como Danone, Tereos e Carrefour. Essas empresas foram alvos de backlash por questionar a qualidade e a rastreabilidade dos produtos brasileiros, o que gerou um movimento junto à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A CNA até mesmo anunciou que estaria formalizando reclamações na União Europeia contra essas empresas.
Surpreendentemente, no mesmo dia em que os deputados fizeram suas contundentes declarações, o Carrefour se viu na posição de pedir desculpas. Alexandre Bompard, CEO global da rede, havia criticado o acordo Mercosul-UE, mas depois elogiou a carne brasileira, afirmando: "Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, com respeito às normas e sabor excepcional". A carta de desculpas endereçada ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deixa no ar questões sobre a verdade por trás dessas críticas e a a real qualidade da carne brasileira.
Enquanto isso, a batalha pelo mercado europeu continua, com implicações significativas para os setores agrícola e comercial de ambos os lados do Atlântico.