Nação

Escândalo no Laboratório: Testes de HIV para Transplantes Liberaram Resultados Falsos!

2024-10-15

Autor: Matheus

Um escândalo está em andamento no laboratório PCS Saleme, responsável por realizar testes de HIV em amostras de órgãos para transplante. O Jornal Nacional teve acesso, com exclusividade, ao depoimento de Ivanilson Fernandes dos Santos, um técnico de laboratório que revelou graves irregularidades na condução dos testes.

Ivanilson, que foi preso na última segunda-feira (14), afirmou que a verificação de qualidade dos exames foi alterada para reduzir custos. Segundo ele, até dezembro de 2023, o controle de qualidade dos testes era feito diariamente, mas a partir de 2024 essa verificação passou a ser feita apenas semanalmente, e de responsabilidade da coordenadora Adriana Vargas. "A diminuição do controle diário aumenta o risco de erros, já que os reagentes se degradam rapidamente", declarou Ivanilson.

Ele também mencionou que recebeu ordens para reduzir os testes diários devido ao alto custo dos kits de reagentes, alertando que isso poderia resultar em erros críticos nos diagnósticos. "Acreditava que algo de errado poderia acontecer e pensei em me desligar, mas fui demitido na última sexta-feira".

O depoimento de Ivanilson lança luz sobre uma série de confundimentos, incluindo o caso alarmante de pacientes que receberam resultados falsos. Em um grupo de mensagens, Adriana Vargas admitiu ter conhecimento de pelo menos cinco pacientes contaminados por causa de um laudo liberado incorretamente por um técnico do laboratório.

A polícia está investigando também outros casos. Entre os presos está o médico Walter Vieira, um dos sócios do laboratório, que assinou laudos negativos de HIV para órgãos infectados. Ele deu à polícia a responsabilidade por um dos erros a Cleber de Oliveira Santos, que está foragido.

Jaqueline Bacellar, outra técnica do laboratório, foi presa e, em entrevista, declarou que seu nome foi utilizado de forma indevida em documentos que não conferiu. "Era uma funcionária burocrática, não biomédica", afirmou.

A situação se torna ainda mais grave quando se considera o caso de Tatiane Andrade, que depois de dar à luz recebeu um resultado positivo de HIV e não pôde amamentar sua recém-nascida, que teve que ficar internada por um mês em tratamento. Ao ver a reportagem, Tatiane reconheceu que o PCS Saleme havia cometido um erro no seu exame.

Em resposta ao escândalo, a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro informou que o laboratório não é mais responsável pelos exames do estado e que uma comissão multidisciplinar foi criada para ajudar os pacientes afetados.

Ainda, o PCS Saleme anunciou que dará suporte médico e psicológico aos pacientes que foram impactados por esses erros, uma medida que será acompanhada de perto pela sociedade.

Esse caso levanta questões sérias sobre a ética no setor de saúde e a segurança dos pacientes. A sociedade exige respostas e responsabilização para que tragédias como essa não se repitam.