No que pode ser um dos maiores escândalos de saúde pública no Brasil, a Policia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) divulgou na manhã de segunda-feira (14) que a infecção de seis pacientes com HIV, após transplantes de órgãos, é resultado de falhas graves em laudos realizados pelo laboratório responsável pelos testes. As investigações indicam que a busca desenfreada por lucro por parte do PCS Lab Saleme comprometeu a segurança dos procedimentos.

Felipe Curi, secretário da Polícia Civil, conduziu uma coletiva de imprensa e enfatizou que a gravidade das irregularidades nos exames não pode ser subestimada. As análises preliminares revelaram que o laboratório alterou a frequência de verificação de reagentes químicos, passando de checagens diárias para semanais, na tentativa de reduzir custos e aumentar seus lucros. Essa mudança impactou diretamente a precisão dos testes, resultando em falso negativos que permitiram a utilização de órgãos contaminados em transplantes.

Este escândalo veio à tona após um pedido de investigação da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) na última sexta-feira (11), levando a Delegacia do Consumidor a iniciar uma operação que culminou em 11 mandados de apreensão e quatro de prisão. Entre os detidos estão o sócio principal do laboratório e um técnico, ambos implicados nas práticas que puseram em risco a saúde dos pacientes.

As implicações desse caso são alarmantes. Além das infecções, há um risco potencial à saúde de outros 288 doadores que tiveram seus órgãos testados no mesmo laboratório. Em resposta à situação, a Secretaria de Saúde já iniciou a reanálise dos exames desses doadores, planejando novos testes sob a supervisão rigorosa do Hemorio, o hemocentro do estado.

A sociedade está chocada, e os órgãos de saúde e justiça estão sob pressão para garantir que casos como esse não se repitam. Especialistas alertam que a negligência em protocolos de segurança pode ter consequências devastadoras e pedem uma reformulação urgente das práticas nos laboratórios do Brasil. O que mais pode vir à tona nessa investigação? Fique atento!