
Estatísticas Alarmantes sobre os Condenados pelo 8 de Janeiro Revelam Novos Detalhes
2025-03-25
Autor: Maria
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que está à frente do inquérito sobre os eventos de 8 de Janeiro, trouxe à luz dados significativos durante o julgamento que ocorreu na 1ª Turma da Corte. De acordo com Moraes, impressionantes 91% dos condenados por tentativas de golpe de Estado em 2022 são pessoas com menos de 60 anos, e a predominância das condenações recai sobre homens.
Com este levantamento, Moraes busca desacreditar a narrativa que circula nas redes sociais de que o Supremo estaria condenando indivíduos inocentes, especialmente “velhinhas com a Bíblia na mão”. “Essa afirmação é completamente enganosa e alimentada por fake news”, enfatizou o ministro.
Até o momento, há 497 condenações relacionadas aos atos de 8 de Janeiro: 337 homens e 160 mulheres. Dentre essas, 91% (454 casos) são referentes a indivíduos com menos de 59 anos, enquanto apenas 7% (36 casos) envolvem pessoas entre 60 e 69 anos, e 2% (7 casos) são de idosos acima de 70 anos.
No que tange às penas, Moraes revelou que 59% dos condenados receberam sentenças inferiores a 14 anos, sendo 240 pessoas (48%) punidos com a sentença mínima de 1 ano de prisão. Penas de até um ano frequentemente foram convertidas em medidas alternativas, como a prestação de serviços comunitários e a restrição ao uso de redes sociais.
Enquanto isso, a oposição no Congresso está se mobilizando para criar um projeto de lei que anistie os envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro, criticando as decisões do STF. Essa manobra levantou polêmica, principalmente em relação a condenações específicas que têm gerado debates acalorados entre os legisladores.
Um exemplo controverso é o caso de Dêbora Rodrigues dos Santos, uma cabeleireira condenada a 14 anos por vandalizar uma estátua nas manifestações. Líderes da direita, como o pastor Silas Malafaia, questionaram severamente a decisão. A situação de Maria de Fátima Mendonça, da cidade de Tubarão, que recebeu uma pena de 17 anos por seu envolvimento, também tem suscitado críticas.
O julgamento em curso na 1ª Turma do Supremo, que começou na terça-feira e vai até quarta-feira (26.mar), analisa uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados mais próximos. Os ministros avaliam se existem indícios suficientes para formalizar a acusação, que pode resultar na abertura de um processo criminal. As investigações indicam que este grupo estaria no centro de manobras e decisões que tiveram grande impacto social.
Entre os denunciados, encontram-se figuras proeminentes, como o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. O processo pode ser um divisor de águas na política brasileira, visto que as implicações vão além de questões jurídicas, refletindo na polarização atual vivida no país.
A primeira sessão do julgamento teve início com a apresentação do relatório por Moraes, que argumenta que as ações dos denunciados configuram uma tentativa real de golpe. A tensão e a expectativa são palpáveis conforme o julgamento avança e a decisão final se aproxima, gerando um clima de incerteza e expectativa em torno do futuro político do Brasil.