O Corinthians apresentou um desempenho completamente diferente do time que conquistou o Campeonato Paulista há apenas uma semana.

Inseguro, apressado e espaçado, a equipe se mostrou passiva diante da marcação eficiente do Huracán.

Duas falhas gravíssimas em bolas aéreas simples resultaram em dois gols argentinos, e a derrota foi inevitável em plena Neo Química Arena, com 40.591 torcedores presentes.

O clube paulista perdeu sua estreia na Copa Sul-Americana por 2 a 1, uma frustração imensa que reabriu feridas da eliminação na pré-Libertadores, ocorrida no dia 12 de março.

A falta de regularidade irritou o treinador Ramón Díaz, que expressou sua preocupação após o jogo: “Estou com raiva, foi uma lástima, mas preciso entender que faz parte do jogo. Eles ganharam bem de nós, e tivemos falhas que precisam ser corrigidas. No nível internacional, tudo é diferente, vamos ter que trabalhar duro para nos recuperar. Não está nada perdido.”

A análise de Ramón foi precisa. Além da péssima exibição do Corinthians, a tabela do torneio joga o time em uma situação complicada, pois o grupo C é considerado um "grupo da morte". Depois da derrota em Itaquera para o Huracán, o Corinthians se prepara para enfrentar o América de Cali, que venceu o Racing por 3 a 1 em sua estreia.

A equipe de Ramón Díaz precisa urgentemente de uma vitória, pois outra derrota poderia colocá-los seis pontos atrás dos colombianos. Se o Huracán seguir a lógica e vencer o Racing, ambos estarão na liderança, complicando ainda mais a situação do Timão.

Na Copa Sul-Americana, a classificação é concedida ao primeiro colocado do grupo para a fase eliminatória, enquanto o segundo vaga para os playoffs com os terceiros colocados da Libertadores. Portanto, a situação é crítica e requer ação imediata.

O atacante Romero também comentou o que vem acontecendo com o Corinthians em 2025. “Nada do que planejamos antes do jogo se concretizou. Precisamos cometer menos erros, especialmente em competições internacionais. Isso nos ocorreu no ano passado na Libertadores e, novamente, agora na Sul-Americana. Temos que aprender com esses erros, especialmente contra times argentinos, que são extremamente eficazes em explorar nossas falhas e se fechar defensivamente.”

Os erros que Romero mencionou foram evidentes nos gols do Huracán. O primeiro, logo aos cinco minutos, surgiu após um escanteio, onde Sequeira cabeceou livre para o gol. Embora Raniele tenha empatado aos 13 minutos, o Corinthians sofreu o segundo gol durante um momento crucial: aos 37 minutos, o zagueiro Gustavo Henrique falhou ao cabecear uma bola fácil, permitindo que Sequeira finalizasse com força, sem chances para o goleiro Donelli.

A equipe sentiu muito a ausência de jogadores-chave como Garro, Angileri e Hugo. O desempenho de Memphis foi abaixo do esperado, enquanto Yuri Alberto também não mostrou seu potencial, demonstrando ansiedade e falhando em cruzamentos. Taticamente, o Corinthians não conseguiu se livrar da marcação argentina, quase concedendo um terceiro gol ao time rival.

Diante da derrota, Ramón Díaz evitou clichês e não procurou desculpas para o resultado. “Não há desculpas. Nossa performance foi insatisfatória. O adversário teve uma defesa sólida, e o futebol argentino é muito intenso. Eles venceram merecidamente porque não jogamos como estávamos acostumados.”

Ele ainda reforçou a necessidade de aprendizado: “Jogadores e torcedores devem aprender a lidar com a derrota, pois isso faz parte do esporte.” No entanto, essa missão de aceitar a derrota é complicada. Certamente, nenhum torcedor corintiano deseja aprender a perder.