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Estudo Revela: TikTok e Instagram Causam Mais Impacto Psicológico em Meninas do Que em Meninos!

2025-04-03

Autor: Carolina

Um novo estudo conduzido pelas renomadas universidades Pompeu Fabra (UPF) e Oberta de Catalunya (UOC), ambas na Espanha, revelou que redes sociais populares como TikTok e Instagram afetam significativamente o bem-estar psicológico das meninas adolescentes em comparação com os meninos. Esta pesquisa, publicada na respeitável Revista de Comunicação em março, trouxe à tona preocupações sobre os efeitos dessas plataformas na saúde mental das jovens.

Os pesquisadores notaram que as meninas costumam ser mais engajadas nas redes sociais, sentindo-se frequentemente observadas e sob pressão devido aos padrões de imagem e aparência que são promovidos online. “As adolescentes mostram uma percepção mais crítica e negativa sobre como as mídias sociais impactam seu bem-estar. Elas se expõem mais e sentem uma pressão maior para melhorar sua aparência e obter validação externa”, comentou Mireia Montaña, uma das autoras do estudo e professora na UOC.

A pesquisa incluiu uma amostra representativa de 1.043 adolescentes, com idades entre 12 e 18 anos, onde 50,5% eram meninas e 49,5% meninos. Destes, a maioria (70,7%) era usuária do TikTok, enquanto 63,8% estavam no Instagram. Os participantes avaliaram o impacto das mídias sociais em nove aspectos de suas vidas sociais, dando notas de 1 a 5, com 1 representando o impacto mais negativo e 5, o mais positivo.

Os aspectos considerados mais positivos foram: a capacidade de organização coletiva (3,52), o pertencimento ao grupo (3,51) e a possibilidade de se expressar como realmente são (3,48). No entanto, um ponto crítico destacou-se: enquanto a maioria dos itens não apresentou diferenças significativas entre os gêneros, o bem-estar psicológico mostrava uma disparidade clara.

Nos tópicos menos avaliados, tanto meninos quanto meninas deram notas baixas ao seu bem-estar psicológico e à comunicação com adultos próximos, com uma média de 3,06 em ambos os casos. As meninas, em particular, pontuaram seu conforto psicológico em 2,99, enquanto os meninos avaliaram em 3,13.

Outros pontos avaliados incluíram a capacidade de argumentar e debater, a socialização com os pares, a aceitação de normas estabelecidas, a tomada de decisões e a autonomia social. De maneira geral, os jovens pareciam acreditar que o impacto das redes sociais em suas vidas era neutro, indicando que os efeitos positivos frequentemente compensavam os negativos. Para muitos, essas plataformas servem como um meio de conexão, apoio e um espaço para discussões com pessoas que estão passando por experiências similares.

Uma descoberta particularmente relevante foi que os usuários de mídia social tendem a ver essas plataformas de maneira mais positiva do que aqueles que não as utilizam.

Por outro lado, os pesquisadores alertam sobre os riscos associados ao algoritmo do TikTok, que frequentemente reforça papéis de gênero. Por exemplo, a aba "Para Você" do TikTok tende a sugerir conteúdos relacionados à beleza e à moda para meninas, o que pode impactar negativamente sua autoestima. Já para meninos, o foco recai sobre esportes e competitividade, solidificando estereótipos de masculinidade.

“O conteúdo sobre moda e beleza que geralmente aparece para as meninas, devido ao algoritmo, tem um impacto significativo em sua imagem corporal e autoestima. Para os meninos, o conteúdo relacionado a esportes e comportamentos competitivos reforça a masculinidade tóxica, limitando o espaço para a expressão saudável de suas emoções”, explica Mònika Jiménez, outra professora envolvida na pesquisa, da UPF.

Diante desses achados, os pesquisadores enfatizam a urgência em fortalecer a educação emocional e crítica entre os jovens. Essa estratégia é essencial para que eles consigam compreender melhor a influência das redes sociais em suas vidas, especialmente no caso do TikTok, que pode ser um vetor de inseguranças e desafios para a nova geração.