EUA Intensificam Pressão sobre Maduro e Reconhecem Edmundo Gonzáles como Presidente Eleito
2024-11-20
Autor: Carolina
Os Estados Unidos estão tomando medidas drásticas para isolar Nicolás Maduro, reconhecendo Edmundo Gonzáles Urrutia como "presidente eleito" da Venezuela. Além disso, o país está considerando um projeto de lei comercial que proíbe contratos com empresas que fazem negócios com Maduro.
Em uma declaração na rede social X, o Secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que "o povo venezuelano se pronunciou claramente em 28 de julho," legitimando assim Gonzáles como presidente. A resposta do governo venezuelano foi rápida e contundente. Yván Gil, representante da Venezuela, desqualificou a afirmação de Blinken como "ridícula".
Com a política interna dos Estados Unidos extremamente polarizada, a oposição a Maduro se tornou um ponto de consenso entre democratas e republicanos. Recentemente, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou o projeto de lei bipartidário conhecido como "Bolívar", que precisa ser ratificado pelo Senado e assinado pelo presidente para se tornar lei.
O projeto, oficialmente chamado de Proibição de Transações e Arrendamentos com o Regime Autoritário Ilegítimo Venezuelano, visa impedir que os EUA celebrem contratos com qualquer entidade que negocie com o governo de Maduro.
Em resposta, o governo da Venezuela denunciou a iniciativa como um "ataque criminoso". O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela fez uma fervorosa defesa, alegando que as novas sanções visam sufocar a cooperação econômica entre os dois países, violando até mesmo a Carta da ONU, e somando-se a mais de 930 medidas coercitivas anteriores.
Conforme explica Mariano De Alba, analista em geopolítica e direito internacional, o novo projeto de lei possui um impacto limitado, uma vez que já existem restrições semelhantes relacionadas a contratos no setor de defesa.
Entre os defensores do projeto de lei está o republicano Mike Waltz, que é alinhado com a linha dura adotada por muitos no Partido Republicano. Ele declarou que a crise na Venezuela é resultado da "autocracia e das políticas marxistas de Maduro" e enfatizou a necessidade de apoiar os "valentes ativistas" que lutam contra a opressão.
A também congressista Debbie Wasserman Schultz alinhou-se com essa visão, defendendo a adoção de medidas mais severas contra o regime de Maduro. Recentemente, ela colaborou em outros dois projetos que visam intensificar as sanções econômicas sobre a Venezuela, incluindo a revogação de licenças concedidas a empresas de petróleo e a reafirmação das sanções ao Banco Central da Venezuela.
Desde 2019, o setor petrolífero da Venezuela está sob severas sanções, mas Washington ainda concede licenças a algumas empresas para operar na região, incluindo a Chevron. A vitória eleitoral de Donald Trump pode resultar em uma postura ainda mais rígida contra Maduro, com a expectativa de que as sanções sejam ampliadas.
A escolha de Marco Rubio como possível Secretário de Estado também é um indicativo de um endurecimento da política dos EUA em relação à Venezuela, trazendo promessas de sanções ainda mais rigorosas e retórica inflamada. Especialistas preveem que a nova administração, com Trump, dará liberdade a figures como Rubio e Waltz para implementar uma política bastante agressiva, possivelmente destituindo Maduro do poder por meio de pressão econômica e diplomática.