O ex-deputado Duduco, que aterrorizou crianças em Santa Catarina, foi preso na quarta-feira (2) no Rio de Janeiro após mais de um ano sendo procurado pela Justiça. Ele foi localizado pela Polícia Federal, utilizando uma identidade falsa nas redes sociais como "Catarina da Lapa".

O codinome curioso faz referência ao estado natal de Duduco, Santa Catarina, e à famosa Lapa, um bairro boêmio do Rio de Janeiro, onde ele se escondia. A captura ocorreu em uma área central do Rio, e ele foi imediatamente levado ao sistema prisional. Atualmente, a sua defesa aguarda a audiência de custódia, que ainda não ocorreu, sem previsão de transferência para presídios em Santa Catarina.

Duduco, que tem 63 anos, encontrou refúgio no Rio de Janeiro após a demolição de um abrigo filantrópico que administrava em Florianópolis, conhecido como Lar do Tio Duduco, o que deixou muitos ex-moradores preocupados. Informações reveladas por amigos próximos indicam que ele estava enfrentando problemas de saúde, incluindo uma hérnia e condições cardíacas, o que torna sua vida fora da prisão ainda mais complexa.

Embora uma amiga, que prefere não ser identificada, tenha mencionado que eles nunca falavam sobre a condenação de Duduco, é impossível ignorar o histórico aterrador do ex-deputado. Em 2017, ele foi condenado a 31 anos de prisão por envolvimento em atos de abuso sexual infantil, mas a sentença foi reduzida para 20 anos após a Justiça acatar certos recursos, apontando como justificativa a prescrição de um dos crimes.

As denúncias do Ministério Público revelam que o pesadelo começou em 1998, mas os crimes só vieram à tona em 2013, quando as vítimas finalmente tiveram coragem de falar. No abrigo possuído por Duduco, as crianças eram coagidas e ameaçadas para que não denunciassem os abusos. O último abuso registrado aconteceu quando a vítima completou 19 anos, o que levanta questões sobre a proteção às crianças que estavam sob a sua tutela.

Este caso macabro está longe de ser só mais uma história de corrupção política. Ele revela falhas sistemáticas na proteção de menores e a cultura do silêncio que muitas vezes cerca o abuso sexual. Enquanto a Justiça se move lentamente, fica a pergunta: quantas vítimas ainda estão escondidas em sombras como a identidade de Catarina da Lapa?