Na última segunda-feira, 14, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), tomou uma decisão que pegou muitos de surpresa: exonerou três secretários de sua gestão. Os afastados incluem Francisco Ibiapina, que ocupava a Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, e os secretários-executivos das Regionais 2 e 3, Rennys Frota e Pedro França.

As demissões aconteceram quase imediatamente depois que os secretários manifestaram publicamente seu apoio à candidatura de Evandro Leitão (PT) no segundo turno das eleições. Esse movimento levou a especulações sobre a verdadeira postura “neutra” do prefeito, que havia declarado oficialmente que não tomaria partido na disputa eleitoral.

"Soube da exoneração pelo Diário Oficial," comentou Pedro França (Cidadania), que ocupou um cargo na Regional 3. "Disseram que teríamos neutralidade, mas a realidade é bem diferente. Fico tranquilo sabendo que fiz o meu melhor durante meu tempo à frente da regional," adicionou.

Frotta, que também se afastou da secretaria para concorrer a uma vaga na Câmara Municipal após apoiar Sarto no primeiro turno, expressou a mesma indignação: "Ficou claro que nosso apoio não estava alinhado com as diretrizes da gestão atual. A relação que construímos com a política local é forte, e juntos lutaremos para não deixar que nossos esforços sejam em vão!"

O ex-secretário de Direitos Humanos, Francisco Ibiapina, é visto como uma figura muito próxima do deputado federal André Figueiredo (PDT), que também anunciou apoio a Evandro, complicando ainda mais a situação no grupo de Sarto. Essas exonerações levantam questões sobre a real imparcialidade do prefeito em meio à concorrência acirrada.

E enquanto os secretários que apoiaram Evandro foram desligados, outros que declararam suporte a André Fernandes (PL), como Samuel Dias (Infraestrutura) e Rodrigo Nogueira (Desenvolvimento Econômico), continuam em seus cargos, levantando suspeitas sobre critérios de demissão. Além disso, Dalila Saldanha (Educação), que também se manifestou a favor de Evandro, não sofreu consequências.

A Prefeitura de Fortaleza se limitou a confirmar as exonerações, mas não comentou sobre a relação entre essas demissões e as posições políticas dos ex-secretários na campanha eleitoral. A intriga e a especulação sobre as verdadeiras motivações por trás dessas decisões podem gerar repercussões significativas na política local. O que será que vem a seguir nesse conturbado cenário político de Fortaleza?