Nesta segunda-feira, o cenário econômico brasileiro vive momentos decisivos. Com as taxas futuras de juros alcançando patamares recordes, análises apontam para uma possível alta significativa na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, agendada para esta quarta-feira. Especialistas da XP Investimentos preveem um aumento de 1,00 ponto percentual na sobretaxa, em resposta aos desafios que o Brasil enfrenta no câmbio e na inflação.

Antes disso, às 8h, será divulgado o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal), referente à primeira quadrissemana de dezembro, que servirá como termômetro para medir a evolução da inflação. Às 8h25, as expectativas de inflação e taxa de juros do mercado serão atualizadas no Boletim Focus, documento que influencia diretamente as projeções econômicas.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve de Nova York divulgará às 11h o relatório sobre Expectativas de Inflação, uma análise importante para compreender os próximos passos da política monetária americana. Logo após, às 12h, dois indicadores-chave serão apresentados: o Índice de Tendências de Emprego, que reflete o desempenho do mercado de trabalho, e os dados sobre Vendas e Estoques no Atacado de outubro, que revelam informações cruciais sobre a atividade econômica e o comportamento das cadeias produtivas, essenciais para as decisões do Fed.

O que movimenta o mercado nesta segunda-feira:

- O presidente Lula se reunirá, às 9h, com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e outros 15 ministros, discutindo estratégias econômicas e sociais prioritárias para o governo. À tarde, Lula terá nova reunião com o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para debater avanços nas políticas energéticas e de infraestrutura do Brasil.

No cenário internacional, a diretora do Federal Reserve, Michelle Bowman, expressou preocupações em relação aos riscos inflacionários nos EUA. Ela alertou que, mesmo com um mercado de trabalho aquecido, a inflação se mantém em níveis que exigem cautela em relação a qualquer corte nas taxas de juros.

Por outro lado, a situação na Síria continua tensa. O presidente deposto Bashar al-Assad foi visto em Moscou após a entrada de forças islamistas em Damasco, sugerindo um possível refúgio no país aliado.

Em âmbito econômico nacional, o governo Lula busca alternativas para lidar com os desafios do mercado trabalhista. Com as construtoras enfrentando dificuldades em atrair novos trabalhadores, uma proposta está sendo elaborada para incentivar beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, a ingressarem no mercado de trabalho.

Além disso, o recente acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia promete impulsionar o PIB brasileiro, gerando expectativas de crescimento. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que a conclusão desse acordo, apesar de 25 anos de negociações, ainda depende da aprovação dos países membros.

Por fim, a política brasileira vive um clima de articulação em prol de projetos estratégicos antes do recesso parlamentar. As medidas abordam desde segurança pública até a inclusão de grupos vulneráveis, refletindo um governo em busca de apoio e consenso nas Casas Legislativas.