Saúde

Famosos que escolheram a morte assistida por doenças incuráveis

2024-12-03

Autor: Mariana

A escolha pela morte assistida é um tema delicado e relevante, especialmente entre personalidades que enfrentam doenças incuráveis. Dentre eles, destacamos algumas figuras célebres que optaram por esse caminho em busca de dignidade no final de suas vidas.

Poeta e a luta contra o Alzheimer

Um renomado poeta decidiu pela morte assistida logo após ser diagnosticado com mal de Alzheimer. Em uma carta deixada a seus amigos, expressou sua angústia ao não reconhecer mais muitos de seus conhecidos e sua incapacidade de escrever devido à progressão da doença: "Não consigo mais me concentrar nem para ler, que era a coisa de que eu mais gostava no mundo".

Cicero e sua última viagem a Paris

O escritor Cicero também se uniu à luta pela morte assistida, acompanhado de seu marido, Marcelo Pires. Juntos, eles realizaram uma última viagem romântica a Paris, em outubro de 2024, antes que Cicero optasse pelo procedimento na Suíça, em 23 de outubro. Sua história levanta discussões sobre o amor e a coragem em enfrentar o fim com dignidade.

Jean-Luc Godard e o desejo de morrer dignamente

O aclamado diretor franco-suíço Jean-Luc Godard escolheu o suicídio assistido para morrer com dignidade. Ele enfrentava múltiplas patologias incapacitantes e, em setembro de 2022, partiu com o apoio de sua equipe e familiares, reafirmando a necessidade de discutir a morte assistida em um mundo que muitas vezes ignora o sofrimento de quem está doente.

A história de Ramón Sampedro

Em 1998, o escritor espanhol Ramón Sampedro ficou tetraplégico após um acidente e lutou pela legalização do direito à morte assistida. Sua batalha foi eternizada no prêmio Oscar como 'Mar Adentro', que detalha sua luta por dignidade e escolha na morte. A história dele ressoa com muitos que desejam ter controle sobre suas vidas e finais.

Alain Delon e o desejo de evitar o sofrimento

Um verdadeiro ícone do cinema, Alain Delon, vivia um eterno descontentamento com a velhice e se manifestou publicamente a favor da morte assistida. Ele acreditava que, ao chegar a uma certa idade, as pessoas deveriam ter o direito de partir de forma tranquila, evitando longos períodos em hospitais. Delon faleceu em agosto de 2024, mas sua opinião continua provocando debates sobre a escolha no final da vida.

Tina Turner e a luta contra o câncer

A lendária cantora Tina Turner, que faleceu em maio de 2023, também lidou com questões relacionadas à morte assistida. Após anos lutando contra um câncer intestinal e submetendo-se a um transplante de rim, Tina se mostrou a favor da eutanásia. No entanto, sua decisão de não seguir em frente com essa opção após o apoio de seu marido revela os dilemas emocionais que muitos enfrentam diante de uma doença mortal.

Legalidade da morte assistida

Atualmente, poucos países, como a Holanda e a Suíça, legalizaram a morte assistida sob circunstâncias específicas, permitindo que pessoas em estado terminal ou com doenças incuráveis façam escolhas sobre seu fim. Enquanto na eutanásia um médico atua para causar a morte, no suicídio assistido, o paciente é quem consente e toma a ação final. Brasil ainda não regulamenta este tipo de assistência, fazendo com que o debate continue a ganhar espaço nas áreas da ética e do direito à vida.

Esse tema, repleto de nuances e emoções, continua a provocar discussões vitais sobre escolha, dignidade e o direito à morte.